20/Mar/2025
O banco Wells Fargo afirmou que a inflação nos Estados Unidos continua resistente, ao redor de 3% e, com as tarifas a importados adotadas pelo governo, ela não baixará no futuro próximo. Há incertezas sobre o nível de tarifas que vai prevalecer. Contudo, elas aumentam a inflação e reduzem o poder de compra de consumidores. Em uma simulação econométrica sobre tarifas a importados que poderiam ser implementadas pelos Estados Unidos foi considerada uma hipótese de 10% de taxas elevadas em nível universal e 60% a exportações da China para o mercado norte-americano.
Neste cenário, o núcleo do CPI subiria em 2025 de 2,5%, sem estas tarifas, para 4,0% com estas taxas. Em relação ao crescimento dos Estados Unidos, sem as tarifas ele seria de 2,5% neste ano. Mas com estas tarifas, o modelo aponta que seria de 1,25%, assumindo que o mundo não retaliará. Mas, se fosse considerada retaliação, o que pode ocorrer, o PIB avançaria 0,5% em 2025. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, defendeu que tarifas sobre importações são essenciais para proteger a economia e impulsionar a competitividade interna.
O vice-presidente reforçou que o governo oferecerá incentivos para empresas que optarem por produzir nos Estados Unidos, incluindo redução de impostos e custos energéticos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que irá continuar com o plano de impor tarifas recíprocas sobre diversos produtos importados a partir do dia 2 de abril. O anúncio vem mesmo com as recentes instabilidades no mercado financeiro e do temor com os possíveis impactos econômicos da nova política tarifária norte-americana. Trump afirmou não ter a intenção de fazer exceções quanto às tarifas recíprocas.
Segundo a Fitch Ratings, as tarifas a importados adotadas pelo governo dos Estados Unidos já atingiram 8,5%, o maior nível em 90 anos. Devido a tarifas, a previsão de crescimento global para este ano baixou de 2,6% para 2,3%, depois de uma expansão de 3,0% em 2024. As tarifas dos Estados Unidos atingirão 18% em 2025, o que deve reduzir o vigor do crescimento do país neste ano e em 2026, a ponto de levá-lo para 1,5% no próximo ano. Não haverá recessão, mas o PIB vai desacelerar nestes dois anos. As tarifas adotadas pelos Estados Unidos elevarão os índices de preços ao consumidor no país neste ano e o CPI subirá 3,6% neste ano.
Com a alta da inflação, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve manter juro até outubro e realizará um corte no fim do ano. Para 2026, o Fed deve diminuir os juros três vezes, o que ocorrerá devido à redução do nível de atividade da economia norte-americana, sobretudo no próximo ano. Com tarifas recíprocas que serão adotadas pelos Estados Unidos, os países afetados retaliarão e haverá guerra comercial. México, Canadá, a União Europeia, China e mercados emergentes devem adotar taxas contra as tarifas impostas pelo governo norte-americano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.