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18/Mar/2025

Brasil menos exposto a choque de tarifas dos EUA

Segundo o BBVA, o Brasil pode registrar crescimento econômico e inflação menores se for alvo de mais tarifas de importação dos Estados Unidos, mas os efeitos por aqui serão menos intensos do que em outros países. A aplicação de tarifas de 10% pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros reduziria o ritmo de crescimento do Brasil em menos de 0,05% neste ano e em 0,21% em 2026. Em outras grandes economias, no entanto, o efeito das mesmas tarifas seria mais danoso. A média mundial seria uma redução de 0,16% no crescimento de 2025 e de 0,33% em 2026. Na China, os impactos seriam de aproximadamente 0,13% e 0,38%, respectivamente. Os Estados Unidos seriam os mais prejudicados, com reduções de 0,41% e 0,47%.

O Brasil está menos exposto a um choque de tarifas que outros países fundamentalmente porque tem uma economia comercialmente muito fechada e pouco integrada às cadeias globais de valor. Além disso, os Estados Unidos perderam peso como destino das exportações brasileiras. Hoje em dia estas exportações representam apenas um pouco mais de 10% mais das exportações totais, ou praticamente a metade do que se via há vinte anos e menos de 2% do PIB do Brasil. Isso não significa que o Brasil esteja imune às turbulências externas. Uma moderação do crescimento global, gerada por políticas protecionistas e um aumento da incerteza, será um dos elementos que contribuirão para a desaceleração da atividade econômica do Brasil nos próximos anos.

O BBVA prevê que o PIB brasileiro cresça 1,6% em 2025 e 1,8% em 2026. Além dos metais, que já são alvo de tarifas dos Estados Unidos, os setores brasileiros mais expostos a uma eventual taxação são os de madeira, transportes, alimentos e vegetais. Estes segmentos, estão entre aqueles em que os Estados Unidos têm déficits comerciais com o Brasil e que são alvo de tarifas brasileiras iguais ou maiores que as aplicadas pelos norte-americanos. No entanto, a exposição em geral é limitada. Se os Estados Unidos aplicassem tarifas de 10% sobre os nove setores com mais chance de taxação, haveria uma redução de apenas 0,1% no crescimento do PIB do Brasil. Setores mais expostos a tarifas dos Estados Unidos e impacto no PIB para cada 10% de tarifas: Metais (-0,03%), Madeira (-0,02%), Transporte (-0,01%), Alimentos (-0,01%), Vegetais (-0,01%).

Em termos de preços, para cada 10% de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos de outros países, soma-se cerca de 0,3% à própria inflação norte-americana, tanto em 2025 quanto em 2026. Para as demais economias, porém, o efeito é majoritariamente deflacionário. No Brasil, as tarifas teriam efeito praticamente nulo sobre a inflação em 2025 (-0,02%), e em 2026 reduziriam a alta do IPCA em 0,14%. Na média mundial, o efeito também seria quase imperceptível em 2025 (+0,01%), enquanto em 2026 resultaria numa redução levemente de 0,16% na inflação. Na China, os impactos seriam de -0,03% e de -0,18%. O BBVA prevê inflação de 5,0% para o Brasil em 2025, e de 4,0% em 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.