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17/Mar/2025

Brasil-EUA: processo de negociação sobre tarifas

Técnicos dos ministérios de Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) deram início na sexta-feira (14/03), ao processo negociador com os Estados Unidos para tentar amortecer as sobretaxas impostas por Donald Trump, que no Brasil já afetam os produtores siderúrgicos. Houve uma reunião por videoconferência com representantes do USTR, órgão representante comercial dos Estados Unidos. Foi o primeiro encontro desde que a tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos norte-americanos passou a valer, medida que entrou em vigor na quarta-feira (12/03). A agenda foi apenas um "start" nas conversas mais técnicas e não teve andamentos conclusivos. O plano era apresentar dados e explicar a legislação local.

O governo conseguiu abrir um canal de alto nível com os Estados Unidos, quando o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, fez uma videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o chefe do USTR, Jamieson Greer. O Brasil quer convencer os Estados Unidos que sobretaxar a produção siderúrgica local vai ferir diretamente a indústria estadunidense. Isso porque a maior parte da exportação brasileira que chega aos Estados Unidos é de material semiacabado (placas). Siderúrgicas locais não são autossuficientes na fabricação deste material e importam esse tipo de aço para finalização doméstica. Como a compra de outros países é imprescindível, especialistas apontam que a sobretaxa vai implicar num aumento de custo para os produtores norte-americanos.

Por entender que tem argumentos consistentes, o governo brasileiro tem insistido que vai priorizar o diálogo com os Estados Unidos, podendo avançar para eventuais concessões em troca de um sinal verde de Donald Trump. A aplicação de reciprocidade é vista como a última opção, acionada caso o processo negociador não dê resultados. Donald Trump tem se mostrado irredutível em estabelecer exceções para a tarifa do aço e do alumínio, postura diferente de seu primeiro mandato, quando aceitou um acordo de cotas de exportação pelo Brasil que evitou a sobretaxa sobre a siderurgia local em 2018. Alckmin defendeu que o caminho do governo brasileiro com os Estados Unidos não será "olho por olho" e sim focado no "ganha-ganha" do comércio exterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.