ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Mar/2025

Crescimento de cursos superiores ligados ao Agro

Cursos de ensino superior ligados ao agro, ambiente e veterinária tiveram crescimento de mais de 1.000% em dez anos. O aumento tanto da oferta quanto do número de matriculados foi mais expressivo na graduação a distância e em instituições particulares, mas também aparece entre cursos presenciais. Os dados são do Mapa do Ensino Superior no Brasil do Instituto Semesp. O curso de Agronomia a distância, por exemplo, nem sequer existia em 2013 e, em 2023, último ano com dados disponíveis, tinha 45 mil alunos. Os de Gestão de Agronegócio, também em EAD, cresceram 26 vezes em dez anos, passando de cerca de 200 alunos para 7,3 mil. Medicina Veterinária registra 3,5 mil estudantes atualmente e tinha apenas 314 em 2017, ano em que passaram a ser autorizados cursos na modalidade EAD. O crescimento entre graduações presenciais também se dá especialmente por causa da Veterinária, que aumentou 148%, a maioria em instituições particulares.

Outros cursos que tiveram o número de alunos bastante ampliado em educação a distância foram Gestão Ambiental, Engenharia Ambiental e Zootecnia. Essas graduações foram agrupadas no relatório com o nome de Agrossistema. Essa é a primeira vez que o Semesp, entidade que representa as instituições de ensino superior privado, dá destaque a esse grupo de cursos. É uma área pujante da economia, que muita gente acha que não precisa de ensino superior para atuar, mas que na verdade requer cada vez mais profissionais muito qualificados. Apesar do crescimento, há espaço para aumento ainda mais expressivo porque os estudantes em cursos ligados ao setor representam só 4,5% do total no País. A área se destaca mesmo em um cenário já de grande crescimento em EAD nos últimos anos. Enquanto, no mesmo período, a quantidade de cursos à distância das demais áreas aumentou 700%, os que fazem parte do Agrossistema cresceram 1.077%.

O maior investimento em cursos à distância se deu porque muitos dos jovens interessados nessas áreas estão fora dos centros urbanos. As matrículas em cursos presenciais em outras áreas tiveram queda de 19% entre 2013 e 2023, enquanto as direcionadas ao setor cresceram 26%. O Ministério da Educação (MEC) tem prometido maior regulação para o setor de EAD. Esta semana foi prorrogada por mais um mês a proibição da criação de novos cursos e vagas em educação a distância no ensino superior privado. O governo federal prometia entregar um novo marco regulatório para a área, o que também ainda não saiu. Há questionamentos sobre qualidade dos cursos que têm pouca ou nenhuma interação presencial. Por outro lado, eles são opção para estudantes mais velhos, mais vulneráveis e que moram longe dos grandes centros. A estimativa da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda é de que o crescimento no PIB agropecuário em 2025 será de 6%, ante aumento de 2,5% do PIB geral.

Com isso, o setor tende a ampliar sua participação no PIB nacional, historicamente entre 6,5% e 7%. O crescimento dos últimos anos chamou a atenção do ensino superior privado. Enquanto o número de instituições particulares com cursos nessas áreas foi de 436 para 625 em dez anos, a quantidade de universidades públicas foi de 173 para 178. O relatório mostra que o perfil dos estudantes da área é um pouco diferente da média no País, assim como as mensalidades são mais altas. São mais homens, com renda maior e com menor parcela de pretos e pardos. Quase 60% deles têm até 24 anos de idade e não trabalham, quando, nos demais cursos, esses índices são de 43,7% e 33%, respectivamente. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins têm a maior proporção de alunos do Agrossistema. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.