13/Mar/2025

O dólar fechou esta quarta-feira (12/03) perto da estabilidade ante o Real, na faixa dos R$ 5,80, com parte dos investidores aproveitando cotações mais elevadas para vender moeda, em um dia marcado pelos dados da inflação norte-americana e pela guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos. A moeda norte-americana fechou em leve baixa de 0,05%, a R$ 5,80. Em março, a divisa acumula queda de 1,82%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA (o índice oficial de inflação no Brasil) subiu 1,31% em fevereiro, depois de avançar 0,16% em janeiro. Mais do que aos dados do IPCA, o mercado de câmbio brasileiro reagiu aos números do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que avançou 0,2% em fevereiro, desacelerando ante a alta de 0,5% em janeiro.

Apesar do resultado favorável do CPI, alguns componentes subjacentes dos dados que alimentam o índice PCE, a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ficaram acima do esperado. Com os números nas telas, o dólar apresentou duas reações. Em um primeiro momento ele recuou no exterior e no Brasil, em meio à leitura de que o CPI cheio abaixo do esperado fortalece a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve. Em um segundo momento, as preocupações com o PCE fizeram o dólar retomar força ao redor do mundo. O dólar à vista marcou a cotação máxima de R$ 5,84 (+0,64%).

Segundo a Correparti Corretora, nestes níveis sempre tem fluxo de exportador, vendendo bem dólares não só no pronto (mercado à vista) quanto no futuro. Isso fez as cotações retornarem para o território negativo. Além disso, algumas outras moedas emergentes também estão ganhando ante o dólar, como o peso mexicano. O dólar marcou a mínima de R$ 5,79 (-0,25%), para posteriormente voltar a oscilar acima dos R$ 5,80. O vaivém das cotações também foi influenciado pelas preocupações em torno das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos a outros países. Nesta quarta-feira (12/03), entrou em vigor o aumento de tarifas sobre importações de aço e alumínio.

Os países mais afetados são Canadá, o maior fornecedor estrangeiro de aço e alumínio para os Estados Unidos, Brasil, México e Coreia do Sul, que têm desfrutado de isenções ou cotas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,12%, a 103,570. O Banco Central vendeu 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 783 milhões em março até o dia 7. O período corresponde à semana passada, que teve apenas três dias úteis em função do Carnaval. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.