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13/Mar/2025

Inflação de fevereiro é a mais alta desde março/2022

De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (12/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 1,31%, ante uma elevação de 0,16% em janeiro. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,47%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,06%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 1,48% em fevereiro, após ter ficado estável em janeiro. Em fevereiro de 2024, o INPC tinha sido de 0,81%. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 1,48% no ano.

A taxa em 12 meses teve uma alta de 4,87%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 1,31% registrada pelo IPCA em fevereiro foi o resultado mais elevado desde março de 2022, quando havia subido 1,62%. Considerando apenas meses de fevereiro, o IPCA foi o mais agudo desde 2003, quando houve inflação de 1,57%. Em fevereiro de 2024, a taxa tinha sido de 0,83%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou após dois meses seguidos de arrefecimento, passando de 4,56% em janeiro de 2025 para 5,06% em fevereiro de 2025. A taxa em 12 meses é a mais alta desde setembro de 2023, quando estava em 5,19%.

O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,96% em janeiro para alta de 0,70% em fevereiro, sexto aumento consecutivo. O grupo contribuiu com 0,15% para a taxa de 1,31% do IPCA do último mês. A alimentação no domicílio aumentou 0,79% em fevereiro. Os destaques foram os aumentos nos preços do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,47% em fevereiro. O lanche subiu 0,66%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,29%.

Os alimentos voltaram a subir em fevereiro, pelo sexto mês consecutivo, mas a alta foi mais branda e menos espraiada, ficando concentrada em uma menor quantidade de itens. Em fevereiro, o encarecimento dos alimentos foi basicamente café e ovo. O café vem sustentando alta de preços desde janeiro de 2024. Em 2024, a alta no café foi de 39,60%. Nos dois primeiros meses de 2025, o café já subiu 20,25%. Em 14 meses, desde janeiro de 2024, o café acumula um aumento de 67,87%. Em fevereiro deste ano, o café moído subiu 10,77%. O ovo de galinha aumentou 15,39% em fevereiro.

Os Estados Unidos tiveram perdas do produto por causa de gripe aviária, levando a um aumento nas exportações brasileiras de ovos para o país. Além disso, houve maior demanda pelo item em função do início do ano, ao mesmo tempo em que a ocorrência de um clima mais quente também prejudicou a produção de ovos. Na direção oposta, ficaram mais baratos em fevereiro a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%). O índice de difusão de produtos alimentícios, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 71% em janeiro para 55% em fevereiro.

Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 1,30% em janeiro para uma elevação de 0,61% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição de 0,13% para a taxa de 1,31% registrada pelo IPCA de fevereiro. As passagens aéreas recuaram 20,46% em fevereiro, subitem de maior alívio no IPCA, -0,16%. Por outro lado, houve um aumento de 2,89% nos combustíveis. Ficaram mais caros o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O gás veicular teve redução de 0,52%. O ônibus urbano subiu 3,00% em fevereiro. O táxi subiu 0,30%. O trem subiu 3,35%.

A alta de 16,80% na energia elétrica residencial exerceu a maior pressão individual sobre a inflação de fevereiro, uma contribuição de 0,56% para a taxa de 1,31% registrada no mês. Figuraram ainda no ranking de principais pressões sobre o IPCA de fevereiro a gasolina (0,14%), o ensino fundamental (0,12%), o ensino superior (0,07%), o café moído (0,06%), aluguel residencial (0,05%), ovo de galinha (0,04%), ônibus urbano (0,03%), condomínio (0,03%) e ensino médio (0,03%). Na direção oposta, o principal alívio partiu da passagem aérea, com queda de 20,46% e influência de -0,16%. Houve contribuição negativa também de cinema, teatro e concertos (-0,03%)

A elevada inflação registrada no País em fevereiro foi concentrada especialmente no aumento extraordinário da energia elétrica residencial e no reajuste sazonal de mensalidades escolares. Se retirada a contribuição do grupo Educação da conta do IPCA, a inflação de fevereiro teria sido de 1,10%. Se retirada a pressão da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,78%. Educação e habitação responderam por mais da metade do IPCA de fevereiro. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação tiveram uma elevação de 4,44% em fevereiro, uma contribuição de 0,65% para a taxa do IPCA. A energia elétrica subiu 16,80% em fevereiro, subitem de maior pressão no mês, 0,56%.

A alta recente decorre da recomposição das contas de luz após a incorporação em janeiro do Bônus de Itaipu. O grupo Educação teve um avanço de 4,70% em fevereiro, impacto de 0,28% para a taxa do IPCA. A maior contribuição veio do aumento de 5,69% nas mensalidades dos cursos regulares, por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As variações mais agudas ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%). Educação todo mês de fevereiro tem essa sazonalidade. Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em fevereiro.

Os avanços ocorreram em Habitação (com aumento de 4,44%, uma contribuição de 0,65% para o IPCA do mês, Educação (4,70%, impacto de 0,28%), Alimentação e bebidas (0,70%, impacto de 0,15%), Transportes (0,61%, impacto de 0,13%), Despesas pessoais (0,13%, impacto de 0,01%), Saúde e cuidados pessoais (0,49%, impacto de 0,07%), Artigos de residência (0,44%, impacto de 0,01%) e Comunicação (0,17%, impacto de 0,01%). O grupo Vestuário registrou estabilidade nos preços (0,0%, impacto de 0,00%). Todas as 16 regiões investigadas registraram altas de preços em fevereiro. O resultado mais brando foi verificado em Fortaleza (CE), 1,03%, enquanto o mais elevado ocorreu em Aracaju (SE), com aumento de 1,64%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.