13/Mar/2025
A União Europeia anunciou nesta quarta-feira (12/03) medidas de retaliação contra a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no mesmo dia que passou a valer a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos norte-americanos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que como os Estados Unidos estão aplicando tarifas no valor de US$ 28 bilhões, a União Europeia está respondendo com contramedidas no valor de 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões). A partir do dia 1º de abril, os europeus vão retomar a taxação sobre o aço e o alumínio produzidos nos Estados Unidos que vigorou entre 2018 e 2020, com um impacto de cerca de 8 bilhões de euros (US$ 8,6 bilhões).
Outras tarifas, que serão definidas em consultas aos 27 membros do bloco continental, passarão a valer no dia 13 de abril, em um total de 18 bilhões de euros (US$ 19,4 bilhões). Além do aço e do alumínio, os itens que poderão ser atingidos na segunda etapa são produtos têxteis, artigos de couro, eletrodomésticos, ferramentas domésticas, plásticos e madeira, além de produtos agrícolas, como aves, carne bovina, frutos do mar, nozes, ovos, açúcar e vegetais. Ursula von der Leyen reforçou que a União Europeia está aberta para negociação. Em um mundo cheio de incertezas geopolíticas e econômicas, sobrecarregar as economias com tarifas não é algo de interesse comum, afirmou a líder do bloco.
A União Europeia planeja impor tarifas de 50% sobre o bourbon Kentucky e motocicletas Harley-Davidson a partir de abril, colocando alguns dos produtos mais conhecidos dos Estados Unidos no centro de uma guerra comercial global crescente. A lista de produtos tem como objetivo maximizar o custo político e econômico das tarifas para os Estados Unidos, minimizando os danos às empresas e consumidores europeus. A partir de 1º de abril, a União Europeia planeja tarifas de 50% sobre as importações de uísque americano, motocicletas e lanchas.
Outros produtos que enfrentam novas ou maiores taxas de importação no início do mês que vem incluem cranberries, guarda-sóis de jardim, toalhas de mesa e lenços. Um segundo conjunto de impostos deve entrar em vigor em meados de abril. Uma lista inicial inclui produtos que vão de goma de mascar norte-americana a aves, chocolate branco, soja, carpetes e melancias. O bloco vai consultar os estados-membros e as partes interessadas antes de concluir essa lista.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a política de tarifação vai ajudar a criar empregos nas fábricas norte-americanas, mas Ursula von der Leyen respondeu: "Empregos estão em jogo. Preços subirão. Na Europa e nos Estados Unidos". Segundo ela, a União Europeia lamenta profundamente essas medidas. Tarifas são impostos e são ruins para os negócios, e pior ainda para os consumidores. Essas tarifas estão perturbando as cadeias de suprimento, pois trazem incertezas para a economia. Trump afirmou que haverá pouca flexibilidade em negociações tarifárias a partir de 2 de abril. Ele reafirmou ainda que "não está feliz" com a postura da União Europeia.
"O que for cobrado de nós, cobraremos deles", disse Trump. Ele afirmou ainda que "com absoluta certeza, colocará tarifas sobre os carros", repetindo que a União Europeia não aceita os carros e produtos agrícolas norte-americanos. O representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, afirmou nesta quarta-feira (12/03) que a "ação punitiva" da União Europeia de retaliar as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, desconsidera completamente os "imperativos de segurança nacional" dos Estados Unidos e é um indicativo de que as políticas comerciais e econômicas europeias "estão fora de sintonia com a realidade".
Segundo Greer, por anos, a União Europeia se opôs aos esforços norte-americanos para se reindustrializar e rejeitou tentativas de cooperar efetivamente para lidar com o excesso de capacidade global em aço, alumínio, bem como em outros setores. "Se a União Europeia agisse tão rapidamente para lidar com o excesso de capacidade global quanto o faz para punir os Estados Unidos, provavelmente estaríamos em uma situação diferente hoje", afirmou ele. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.