12/Mar/2025
O mercado global de títulos verdes, ou green bonds, cresceu de forma exponencial desde o Acordo de Paris em 2015, com uma variada gama de emissores que incluem governos de países, prefeituras, instituições financeiras e corporações privadas. O aumento da emissão destes ativos tem seguido políticas mais rigorosas adotadas por diversas nações para reduzir seus níveis de liberação de carbono na atmosfera. De acordo com o Bank for International Settlements (BIS), a emissão de títulos verdes se tornou um bom indicador de redução de produção de CO2 por tais companhias.
Em um estudo divulgado pelo relatório Revisão Trimestral de março, o BIS destaca que a capitalização do mercado de green bonds atingiu recentemente US$ 2,9 trilhões, um aumento de seis vezes em relação ao montante registrado em 2018. Estes títulos têm a finalidade de financiar uma parte dos investimentos necessários à transição para uma economia global mais sustentável, sobretudo projetos relativos a energias renováveis. A emissão anual atingiu US$ 700 bilhões em 2024, uma fração dos US$ 2 trilhões estimados como investimentos anuais necessários para enfrentar mudanças climáticas.
Regulações ambientais mais rigorosas e políticas sustentáveis de países podem ter estimulado o financiamento verde. A integração de padrões ESG (ambientais, de sustentabilidade e governança) elevou as emissões destes ativos, sobretudo na Europa. As empresas que são grandes emissoras de gases que provocam o efeito estufa ainda representam uma parcela pequena do mercado de títulos verdes, cuja participação subiu de 17% em 2018 para 22% em 2022.
A emissão de títulos verdes por empresas aparentemente está associada com a redução de liberação de carbono na atmosfera por tais companhias. Em termos agregados, as emissões de CO2 pelos emissores de green bonds caíram mais de 10% nos quatro anos seguintes à emissão dos títulos. Emissores e promotores de green bonds deveriam considerar no futuro próximo se restrições vinculativas à liberação de gases de efeito estufa podem gerar maior demanda por títulos verdes e reduzir os custos de funding para investimentos em atividades econômicas mais sustentáveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.