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12/Mar/2025

COP30: ausência dos EUA pode dar voz ao Brasil

Segundo especialistas na CERAWeek, uma das maiores conferências de energia do mundo, promovida pela S&P Global, em Houston, Texas, nos Estados Unidos, ao longo desta semana, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris deve servir de teste para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém do Pará, em novembro. Segundo o Centro de Energia e Sistemas Ambientais da Universidade do Texas, os Estados Unidos abdicaram da liderança desse processo, e será um teste para ver como o resto do mundo se unirá. A ausência dos Estados Unidos pode dar mais voz a países emergentes, em especial, o Brasil que tem interesse em liderar questões críticas na agenda de mudanças climáticas. É uma oportunidade de dar voz a países de renda média e menos desenvolvidos, para um país como o Brasil. Até então, esses países tinham menos poder de decisão nos grandes temas globais.

Um novo formato de aliança climática pode ser formado, por exemplo, com a união de determinados países que tenham ideias similares ou pertençam a uma mesma região. Talvez isso possa acontecer na COP no Brasil. A Petrobras destacou que a COP30 dará continuidade das agendas defendidas nas últimas edições. Há dois temas principais: o progresso das metas e o financiamento climático. Vai ser uma COP especial porque acontecerá na Amazônia. A floresta é um tópico importante e é uma oportunidade para debater sobre soluções baseadas na natureza. O foco em mitigação é necessário e deve ser mantido, mas também é preciso investir para endereçar as mudanças climáticas. O fato de a COP30 ocorrer em um país tropical fará o evento ser "bem diferente" dos vistos nos últimos dois anos, nos Emirados Árabes e no Azerbaijão. Quanto à chamada Missão 1.5, especialistas temem que seja um 'fracasso'.

Trata-se de uma tentativa da presidência brasileira de impulsionar uma maior ambição para manter a meta do Acordo de Paris de estabilizar o aquecimento da Terra em 1,5° Celsius em relação à era pré-industrial. O caminho para o sucesso não está aqui, avaliou a Brookings Institution. A leitura de especialistas é que, diante da atual reconfiguração do mundo, será difícil traçar grandes metas globais com a chancela da maioria dos países. A tentativa de um acordo global baseado em consenso tem sido um dos grandes problemas e que tem levado ao colapso das negociações, pontuou a Brookings Institution. Para a Universidade de Harvard, não é "realista" imaginar que os países definiriam suas políticas energéticas de trilhões de dólares em investimentos durante as conferências de clima. É mais um reflexo de ambições e engajamento, em vez de um lugar onde os países realmente estão definindo políticas. Embora os Estados Unidos deixem o Acordo de Paris, haverá muitos norte-americanos na COP30 do Brasil. Eles só não estarão na frente de negociação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.