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12/Mar/2025

EUA: nova política tarifária eleva risco de recessão

Os mercados de ações voltaram a cair ainda mais na segunda-feira (10/03), com investidores ao redor do mundo preocupados com a saúde da economia norte-americana e empresas se preparando para os efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre o comércio global. Só a Nasdaq, que concentra as ações de empresas de tecnologia, recuou 4% no dia, enquanto S&P e Dow Jones perderam 2,7% e 2,08%, respectivamente. Entre os principais papéis, Tesla despencou 15,4%, apagando o ganho registrado desde a eleição presidencial nos Estados Unidos. Meta e Apple caíram mais de 4%. Também houve impacto nas ações dos bancos norte-americanos, com Morgan Stanley derretendo 6,37%; Wells Fargo, 6,01%; e Goldman Sachs, 5%, entre outros.

Segundo a National Alliance Securities, os mercados estão assustados com a incerteza que a retórica tarifária está trazendo. Para o JPMorgan Chase, há um risco materialmente maior de recessão global neste ano por causa de políticas extremas dos Estados Unidos. A probabilidade de tal recessão é de 40%. O Goldman Sachs aumentou as chances de uma recessão nos Estados Unidos no próximo ano para 20%, citando mudanças de política como o risco principal. Em uma entrevista no domingo (09/03), Donald Trump se recusou a descartar a possibilidade de que suas políticas causariam uma recessão. Nas últimas semanas, ele ameaçou, impôs, suspendeu e retomou tarifas sobre os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos: Canadá, México e China. As mudanças, incluindo isenções de última hora para algumas montadoras e produtos de energia, levaram a uma maior incerteza, enervando os investidores.

Para o Bahnsen Group, a volatilidade do mercado tem muito menos a ver com as más notícias das tarifas e muito mais com a incerteza das tarifas, especialmente a incerteza quanto à política, para onde ela está indo. Numa tentativa de acalmar o mercado, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, descartou a possibilidade de recessão. Um relatório sobre inflação previsto para esta semana será observado de perto, já que pesquisas com consumidores sugerem que eles esperam aumentos de preços, sinal preocupante para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que tenta reduzir a inflação no País. Donald Trump completou 50 dias no poder na segunda-feira (10/03). Até o momento, as bolsas de Nova York mostram seu pior desempenho desde o primeiro mandato de Barack Obama, em 2009.

O índice Dow Jones Industrial Average acumulou queda de 3,6% desde que Trump tomou posse pela segunda vez, enquanto o S&P 500 recuou 6,4% e o Nasdaq tombou 11%. O chamado Russell 2000, composto por empresas com menor valor de mercado, sofreu robusta perda de 11,3%. Todos esses índices caíram abaixo de seus níveis de fechamento de 5 de novembro de 2024, dia da eleição presidencial dos Estados Unidos. Na ocasião, a vitória de Donald Trump havia deflagrado um forte rali por várias semanas. Mais recentemente, porém, as ações em Wall Street passaram a cair de forma acentuada, principalmente depois da máxima histórica que o S&P 500 atingiu em 19 de fevereiro. A Tesla e a Nvidia, algumas das maiores empresas em valor de capitalização dos Estados Unidos, amargaram violentas perdas, mas a tendência de queda tem sido intensa e disseminada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.