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11/Mar/2025

Dólar fecha em alta com temor de recessão nos EUA

Após um início de sessão marcado por instabilidade e trocas de sinal, o dólar ganhou força no mercado local, em sintonia com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, e encerrou a sessão desta segunda-feira (10/03) acima de R$ 5,85. Temores de recessão nos Estados Unidos por conta da política econômica de Donald Trump, em especial a novela em torno das tarifas de importação, provocaram uma onda de aversão ao risco que contaminou divisas emergentes. Indagado sobre a possibilidade de uma retração da atividade, Donald Trump desconversou e disse que a economia norte-americana vai passar por um "período de transição" com as medidas que estão sendo adotadas.

Segundo o Ouribank, o dólar até chegou a cair um pouco no início da sessão, mas o movimento se inverteu, com piora das moedas emergentes. Há um sentimento de insegurança com as próximas iniciativas de Donald Trump em relação às tarifas e seu impacto na economia. O dólar fechou em alta de 1,07% nesta segunda-feira (10/03), cotado a R$ 5,85, maior valor de fechamento em março. Em 28 de fevereiro, a divisa fechou a R$ 5,91. Apesar do repique, o dólar ainda recua 1,09% nos quatro primeiros pregões do mês. A Monte Bravo afirma que nos últimos dias houve uma mudança na leitura sobre o impacto da política tarifária de Donald Trump, com investidores passando a dar mais ênfase as chances de perda de fôlego da atividade.

Embora a economia norte-americana ainda se mostre sólida, houve alguns sinais de desaceleração ao longo da semana passada com dados mais fracos de consumo das famílias e aumento do déficit comercial. Além disso, indicador do Federal Reserve de Atlanta que tenta medir a evolução do PIB em tempo real sugeriu contração forte da atividade no primeiro trimestre. O que está ocorrendo é um risk off global que acabou pegando as moedas emergentes. As bolsas em Nova York abriram em queda e o Nasdaq passou a cair mais de 4% ao longo, enquanto as taxas dos Treasuries curtos recuaram mais de 10 pontos.

Com a perspectiva de desaceleração da atividade nos Estados Unidos, os preços das commodities caem, o que também joga contra o Real e seus pares emergentes. As cotações do petróleo recuaram mais de 1,5% nesta segunda-feira (10/03), passando a acumular desvalorização de mais de 5% em março. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY, que já recua mais de 3% em março, apresentou uma alta modesta com a aversão ao risco e conseguiu superar a linha dos 104,000 pontos na máxima do dia.

Investidores aguardam a divulgação nesta quarta-feira (12/03), do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro para calibrar as apostas para a retomada e a magnitude do alívio na política monetária neste ano. Por ora, as expectativas são de um corte acumulado de 75 pontos-base, com início a partir de maio ou junho. O Banco Pine afirma que o aumento da incerteza global dita o comportamento dos ativos de risco. As medidas anunciadas por Donald Trump, nos campos comercial, fiscal e político, são "bastante inconsistentes". O mercado passou a precificar risco de estagnação econômica e inflação mais elevada no médio prazo, atribuindo maior probabilidade de o Fed cortar a taxa de juros a fim de evitar recessão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.