10/Mar/2025
Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o agronegócio será "a grande resposta de 2025" para o crescimento da economia. Após um ano de retração, o setor terá recuperação expressiva, impulsionada por uma safra maior e um ambiente externo mais favorável. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor vai ser alto. O PIB da agropecuária caiu 3,2% em 2024, sendo a única atividade econômica a registrar retração no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho contrastou com a economia como um todo, que cresceu 3,4% no período, puxada pelos setores de serviços e indústria. A queda do agro é atribuída à desvalorização das commodities e a adversidades climáticas que reduziram a produção. Teve um conjunto de situações: a queda da oferta e a redução de preços das commodities. Portanto, 2024 ficou com essa pressão sobre o PIB do agronegócio. A divulgação dos dados ocorre no momento em que o governo federal tenta conter a inflação dos alimentos.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a isenção de tarifas de importação para produtos como carne, café, açúcar e milho, como parte de um pacote de medidas. A Abag avalia que a retirada das tarifas tem impacto limitado sobre os produtores, já que envolve itens nos quais o Brasil é grande exportador. O governo precisava dar uma resposta para uma definição política do presidente da República e a resposta veio na forma de uma ação. Mas, na verdade, essa ação envolve produtos nos quais o Brasil é grande exportador, altamente competitivo. Então, mesmo com a retirada da tarifa, pouco impacto deve trazer, ao que tudo indica, para a maioria dos produtores brasileiros. Além da isenção de tarifas, o governo anunciou o fortalecimento de estoques reguladores e incentivos à produção de alimentos da cesta básica.
Para a AgResource Brasil, o agronegócio deve reassumir papel de destaque na economia brasileira em 2025, após um ano de retração. A projeção é de forte recuperação do setor nos próximos meses, revertendo a queda de 3,2% registrada no PIB da agropecuária em 2024. O recuo verificado no ano passado já estava no radar do mercado, considerando os problemas enfrentados pelo setor. Com relação ao PIB do agro, já era esperado em virtude do ano péssimo, com as produções mais baixas e contidas. Mesmo com os desafios atuais, como o plantio tardio da 2ª safra de 2025 em importantes regiões produtoras e as incertezas sobre a demanda global, o otimismo está mantido. A expectativa é que, com uma possível normalização climática e recuperação dos preços internacionais, o setor volte a crescer e contribuir positivamente para a economia brasileira.
A MB Agro projetou recuperação do PIB da Agropecuária em 2025, com a alta sendo impulsionada pelos grãos. Mas, o ritmo de crescimento dependerá do clima. A tendência é de crescimento. Muitas vezes, apenas a recuperação da produção já gera um efeito positivo no PIB. Se o clima colaborar, a projeção é de uma alta no próximo ano. A última simulação da MB Agro indicava crescimento de cerca de 6%, mas os números ainda podem ser ajustados. Será preciso revisar esse número à medida que os dados do quarto trimestre forem divulgados e acompanhando a evolução da safra de soja. Apesar da expectativa positiva para grãos e cana-de-açúcar, a pecuária bovina pode atuar como um fator de contenção no crescimento do setor. A pecuária bovina deve ter um impacto negativo, puxando o PIB um pouco para baixo. Mas, no geral, o saldo deve continuar positivo, desde que o clima ajude e as safras se recuperem.
O PIB da agropecuária teve um desempenho negativo em 2024, afetado por quebras na produção, especialmente na soja. Era algo esperado, uma vez que houve quebras importantes, principalmente na soja. Então, já era praticamente certo que o resultado do ano seria negativo (-3,2%). Sobre a retração de 1,5% do PIB Agro no quarto trimestre de 2024 na comparação com igual período de 2023, o setor de laranja foi um dos mais afetados, com queda de 21% na produção. A laranja sofreu com seca, o que reduziu a produção. No caso da cana-de-açúcar, a safra foi antecipada e houve menor oferta no fim do ano. O café passou por uma situação semelhante, com impacto do clima. Já era esperado que a safra de laranja seria ruim neste ano. O café também teve dificuldades, e a cana-de-açúcar enfrentou problemas com a seca intensa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.