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10/Mar/2025

Brasil: 3 em cada 10 pessoas vivem com obesidade

O Atlas Mundial da Obesidade 2025 traz um diagnóstico pouco alentador para o Brasil. Segundo o documento da Federação Mundial da Obesidade (WOF), três em cada dez brasileiros vivem com obesidade, e sete em cada dez têm sobrepeso. Nada menos do que 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos de idade estão acima do peso. A obesidade, para piorar, esconde outros riscos para a saúde, como diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e enfarte. São as chamadas doenças crônicas não transmissíveis e que poderiam ser evitadas com mudanças de hábitos. Porém, como bem pontuou a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), não basta força de vontade. Com tantos obesos no País, não dá mais para falar que cada um tem que mudar sozinho, que a mudança é individual. Por isso, a WOF apresenta uma série de recomendações, como a promoção da atividade física, de políticas de rotulagem de alimentos e de tributação diferenciada.

São propostas meritórias, haja vista que a atividade física, se estimulada como uma política pública, pode reduzir o índice de obesidade; a rotulagem dos alimentos, que hoje já indica os riscos para a saúde do consumo de determinados produtos, pode ser aprimorada; e o aumento de impostos sobre os ultraprocessados ou as bebidas açucaradas pode até inibir o consumo. Mas, uma realidade difícil se impõe para boa parte das famílias brasileiras. Em que pese a epidemia da obesidade, é preciso cautela com propostas que simplesmente visam a aumentar a taxação sobre ultraprocessados, dado que esse tipo de alimento, embora esteja longe de ser a melhor opção, é bastante consumido pela população mais vulnerável em razão do baixo custo e da praticidade. É óbvio que o ideal seria que todos os brasileiros pudessem ter acesso a alimentos saudáveis, mas isso hoje é economicamente impossível. Como mostrou pesquisa publicada na revista científica Cadernos de Saúde Pública, apenas 22,5% dos brasileiros consomem a quantidade ideal de frutas e hortaliças em razão da crise econômica e dos preços. Sem ação, a obesidade no País aumentará.

Segundo as projeções dos pesquisadores, serão 55,8 milhões de homens e 63,3 milhões de mulheres com IMC alto em 2030, ante 32,6 milhões de homens e 34,4 milhões de mulheres nessas condições em 2010. Para que esse quadro de enfermidade mude e para evitar seu aprofundamento, são necessários esforços amplos de toda a sociedade, das esferas de governo e dos setores produtivos. Essa transformação exigirá políticas públicas de estímulo à produção de alimentos saudáveis em larga escala, mais informações à população sobre as vantagens da alimentação saudável e da atividade física, e uma nova atitude frente aos alimentos em casa, sob responsabilidade das famílias, e nas escolas, com a redução de ultraprocessados na merenda pública e nos lanches das cantinas dos colégios particulares. Só assim as futuras gerações não estarão condenadas a um futuro de restrições e sofrimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.