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06/Mar/2025

Dólar em forte baixa com a desaceleração dos EUA

O dólar teve nesta quarta-feira (05/03) o maior recuo diário ante o Real em todo o governo Lula, encerrando novamente na faixa dos R$ 5,75, com as cotações se ajustando à baixa da moeda norte-americana no exterior nos últimos dias, quando o Carnaval manteve o mercado brasileiro fechado, em meio a sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos. Em uma sessão iniciada apenas na segunda metade desta Quarta-Feira de Cinzas (05/03), o dólar fechou em baixa de 2,72%, a R$ 5,75, em um recuo de R$ 0,16 ante o fechamento de sexta-feira (28/02). Esta foi a maior queda percentual dos últimos 29 meses, desde 3 de outubro de 2022, quando a divisa encerrou com retração diária de 4,03%, cotada a R$ 5,17. Em 2025, a moeda norte-americana acumula perdas de 6,85%.

Na sexta-feira (28/02), o dólar à vista havia fechado em forte alta de 1,50%, a R$ 5,91, maior cotação de fechamento desde 24 de janeiro, com investidores assumindo posições de proteção na moeda norte-americana para enfrentar o período de Carnaval no Brasil, que manteve o mercado fechado na segunda-feira (03/03) e na terça-feira (04/03). Com a volta dos negócios, o dólar exibiu queda firme, com parte das posições compradas (no sentido de elevação das cotações) sendo desfeita e em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior. Segundo o Banco Master, um movimento interessante está acontecendo, com várias medidas de atividade econômica apontando para uma desaceleração muito forte nos Estados Unidos, com o efeito de políticas como cortes fiscais e demissões em massa no setor público norte-americano.

A visão é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai cortar juros este ano. Relatório Nacional de Emprego da ADP reforçou essa leitura ao indicar que a economia dos Estados Unidos abriu apenas 77.000 vagas de emprego no setor privado no mês passado, depois 186.000 em janeiro em dado revisado para cima. O resultado de fevereiro ficou bem abaixo dos 140.000 postos projetados pelo mercado. A queda da moeda norte-americana ao redor do mundo também ocorria em meio a preocupações quanto aos efeitos da política tarifária dos Estados Unidos sobre a inflação e, em consequência, sobre os juros e o dólar. Na terça-feira (04/03), começaram a valer as novas tarifas de importação de 25% dos Estados Unidos sobre produtos do México e do Canadá, além de novas taxas sobre os produtos da China. Nesta quarta-feira (05/03), porém, o governo norte-americano confirmou que dará um mês de isenção de tarifas para qualquer automóvel que entre nos Estados Unidos por meio do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).

Na prática, este foi mais um episódio de relaxamento das cobranças de tarifas pelos Estados Unidos. Para a Manchester Investimentos, a visão ainda é de um dólar mais forte por conta da tese de que as tarifas dos Estados Unidos serão inflacionárias. O que está mudando no cenário é que a desaceleração da economia norte-americana, porque os dados estão vindo mais fracos que o esperado. Não se descarta a tese antiga, de inflação mais forte e dólar mais forte, mas como os dados estão mostrando enfraquecimento, pode ser que que o dólar fique um pouco menor. A cotação mínima da sessão foi de R$ 5,75 (-2,77%). No exterior o dólar seguia em baixa ante praticamente todas as demais divisas, incluindo o peso do México e o dólar do Canadá, dois dos principais alvos das tarifas de Donald Trump. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 1,19%, a 104,310. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.