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06/Mar/2025

China: tarifas sobre importações agrícolas dos EUA

A China anunciou na terça-feira (04/03) que imporá tarifas adicionais de até 15% sobre as importações de importantes produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo frango, carne suína, soja e carne bovina. Adicionalmente, aumentou os controles sobre negócios com importantes empresas dos Estados Unidos. As tarifas anunciadas pelo Ministério do Comércio chinês devem entrar em vigor a partir de 10 de março, embora os bens já em trânsito permaneçam isentos até 12 de abril. Elas ocorrem após a ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre importações de produtos chineses para 20% em todos os setores. O aumento entrou em vigor na terça-feira (04/03), junto com tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México. As importações de frango, trigo, milho e algodão dos Estados Unidos enfrentarão uma tarifa extra de 15%.

As tarifas sobre sorgo, soja, carne suína, carne bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios serão aumentadas em 10%. Ainda na terça-feira (04/03), a China colocou mais 10 empresas dos Estados Unidos em sua lista de organizações não confiáveis, o que as impediria de se envolver em atividades de importação ou exportação relacionadas à China e de fazer novos investimentos no país. Algumas provavelmente já enfrentam restrições no comércio com a China se seus produtos puderem ser usados para fins militares e civis. Segundo a Universidade Tsinghua, embora as tarifas impostas pela China aos produtos agrícolas norte-americanos sejam abrangentes, o governo chinês evitou impor tarifas mais altas em todos os setores, e ambos os lados mostraram contenção. A percepção é e que os Estados Unidos esperam fechar um acordo comercial com a China.

A longo prazo, é possível que a China e os Estados Unidos continuem a negociar, mas a atmosfera atual não é boa. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, ao aumentar as tarifas, os Estados Unidos retribuíram a gentileza com inimizade. A China é uma grande importadora de produtos agrícolas norte-americanos, embora suas compras tenham caído depois que Donald Trump iniciou uma guerra comercial durante seu primeiro mandato, e depois se recuperou. Em 2024, a China importou US$ 24,7 bilhões em produtos agrícolas dos Estados Unidos, 14% de seus US$ 176 bilhões em exportações agrícolas totais. O México foi o maior importador de produtos agrícolas dos Estados Unidos, seguido pelo Canadá. O Ministério do Comércio chinês incluiu cerca de duas dúzias de exportações agrícolas dos Estados Unidos sujeitas a tarifas adicionais de 15%, incluindo pés e asas de frango, e 711 itens sujeitos a uma tarifa extra de 10%.

Em 2021-2022, os Estados Unidos registraram valores recordes de exportação para a China de soja, milho, carne bovina, carne de frango, nozes e sorgo. As exportações de algodão para a China também se recuperaram, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As exportações agrícolas dos Estados Unidos para a China totalizaram US$ 33,8 bilhões no ano fiscal de 2023 e US$ 36,4 bilhões no ano fiscal de 2022. A China vem diversificando suas fontes de importações agrícolas, comprando mais soja do Brasil e da Argentina, entre outros produtores. Segundo o Instituto GoGlobal da EqualOcean, um think tank chinês, a China está preparada para revidar. O governo chinês e as empresas chinesas não se assustarão facilmente e desistirão de resistir à pressão comercial dos Estados Unidos e de outros países. O resultado final dependerá de como os Estados Unidos irão tratar a China. Até agora, os Estados Unidos não enviaram um sinal positivo. Se querem conversar, não devem conturbar a atmosfera. Fonte: Associated Press. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.