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26/Feb/2025

Inflação tem aceleração em fevereiro ante janeiro

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 1,23% em fevereiro, após ter subido 0,11% em janeiro. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 1,34% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,96%. Os preços do grupo Alimentação e Bebidas subiram 0,61% em fevereiro, após a alta de 1,06% registrada em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,14% para o IPCA-15, que subiu 1,23% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,63% em fevereiro, desacelerando após o avanço de 1,1% no mês anterior.

Contribuíram para esse resultado os aumentos da cenoura (17,62%) e do café moído (11,63%). Entre as quedas, destacam-se a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%). Os preços da alimentação fora do domicílio subiram 0,56% no período, também desacelerando com relação à alta de 0,93% em janeiro. Tanto a refeição (0,43%) quanto o lanche (0,77%) tiveram variações inferiores às observadas no mês anterior, de 0,96% e 0,98%, respectivamente.

Os preços de Transportes subiram 0,44% no IPCA-15 de fevereiro, com impacto de 0,09% no índice do período. Essa alta representa uma desaceleração com relação a janeiro, quando os preços do transporte tiveram alta de 1,01%. Os preços dos combustíveis tiveram alta de 1,88% em fevereiro, após alta de 0,67% no mês anterior. Esse aumento está ligado, em parte, ao reajuste das alíquotas do ICMS incidentes sobre este tipo de produto, que passou a valer em fevereiro. A gasolina subiu 1,71%, após ter registrado alta de 0,53% em janeiro. O diesel subiu 2,42%, após aumento de 1,1% em janeiro. Além do aumento de ICMS, o diesel ainda assistiu a uma alta nos preços praticados pela Petrobras nas refinarias.

O etanol, produto que mais encareceu na leitura, subiu 3,22%, após queda de 1,56% na última. Ainda em Transportes, o subitem ônibus urbano apresentou variação de 5,20%. Os preços do grupo Habitação subiram 4,34% no IPCA-15 de fevereiro, exercendo o maior impacto sobre o índice do período, de 0,63%. A energia elétrica residencial foi o subitem que mais pressionou os preços da habitação, com impacto de 0,54% no grupo. A conta de luz avançou 16,33% em fevereiro, após a queda de 15,46% de janeiro em função da incorporação do bônus de Itaipu. Ainda em Habitação, houve alta de 0,52% da taxa de água e esgoto. O subitem gás encanado viu os preços caírem 0,32% em fevereiro.

Os preços do grupo Educação apresentaram a maior variação o IPCA-15 de fevereiro, de 4,78%, o que representou um impacto de 0,29% no índice geral, que subiu 1,23% no período. Com isso, Educação acelerou com relação a janeiro, quando viu os preços subirem 0,25%. O movimento é puxado pelos aumentos nos preços dos chamados cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. No período que inclui a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro, as maiores variações de preço vieram do ensino fundamental (7,50%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%). O avanço de 1,23% no IPCA-15 de fevereiro se refletiu em altas nos preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços que integram o índice.

O aumento mais significativo aconteceu em Educação e foi de 4,78%, com impacto de 0,29%. Em seguida vem a alta dos gastos com Habitação, de 4,74% e impacto de 0,63% no índice geral. Depois dessas altas, todas as outras são decimais, em alimentação e bebidas (+0,61% e impacto de 0,14%); Saúde e Cuidados Pessoais (+0,54% e impacto de 0,07%); Transportes (+0,44% e impacto de 0,09%); Artigos de Residência (+0,38% e impacto de 0,01%); e despesas pessoais (+0,01, mas sem impacto no índice geral). As únicas quedas de preço no período que engloba a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro ficaram por conta dos grupos Vestuário (-0,08%, mas sem impacto) e Comunicação (-0,06%, mas sem impacto).

A alta de 1,23% no IPCA-15 de fevereiro ante janeiro foi resultado de aumento nos preços em todas as onze regiões pesquisadas. A maior alta, de 1,49%, foi observada em Recife (PE), por conta do aumento nos preços da energia elétrica residencial (+14,78%) e da gasolina (+3,74%). No ano, Recife acumula alta de 1,55% no indicador, que, em 12 meses, é de 4,64%. Recife tem um peso regional de 4,71% na leitura do IBGE. A menor variação aconteceu em Goiânia (GO), alta de 0,99%, em razão das quedas em passagens aéreas (-26,67%) e do arroz (-2,67%).

São Paulo, (SP) que pesa 33,45% no índice, registrou uma alta de preços de 1,2% identificada pelo IPCA-15 de fevereiro. No ano, a alta do índice na região é de 1,29% e, em 12 meses, de 5,02%. Segunda região com maior peso na medição (10,04%), Belo Horizonte (MG) e seu entorno viram os preços avançarem 1,27% até o meio de fevereiro, com um índice acumulado de 1,41% no ano e de 5,67% em 12 meses. O Rio de Janeiro (RJ), que tem peso de 9,77% na leitura, registrou alta de 1,32% nos preços do mesmo período, com igual alta no ano e de 4,81% em 12 meses.

A Warren Investimentos aponta que o resultado do IPCA-15 de fevereiro não trouxe um consenso, mas no geral foi melhor. O resultado foi um pouco melhor por algumas razões, como o nível de preços de serviços que veio melhor. Em Educação, por exemplo, a mensalidade escolar foi uma notícia boa. Os serviços de automóveis e intensivos em trabalho também melhoraram. Em relação a bens industriais, o repasse cambial veio mais forte do que esperado, mas muito concentrado em automóvel novo. O repasse cambial aparece em tudo, deveria até ter vindo mais alto em outros itens, não apenas em automóvel novo.

Com isso, o resultado levanta dúvidas quanto a intensidade do repasse cambial, que pode vir menos forte do que inicialmente esperado. O número adiciona viés baixista para a projeção da Warren do IPCA de fevereiro, de 1,44%. Além disso, a estimativa da inflação do ano pode ser revisada para baixo, devido à diferença de 0,17%. A liberação do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores com o saldo retido pela adesão ao saque-aniversário, anunciada na segunda-feira (24/02) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode trazer ruído de reaceleração de grupos importantes do IPCA. A medida contribui com o aumento da renda real, impulsionando demanda e consumo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.