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25/Feb/2025

BC avalia que inflação vai piorar antes de melhorar

Segundo o Banco Central, os próximos meses serão desafiadores para a inflação e o indicador tende a piorar antes de melhorar. Existe defasagem na política monetária. A política está mais contracionista neste momento (estratégia que consiste em desacelerar a economia por meio de elevação dos juros). Haverá convergência do indicador, que chegará ao intervalo da meta dentro do horizonte relevante, que é o terceiro trimestre de 2026. Em dezembro/2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros em 1%, de 11,25% para 12,25%, e indicou mais duas altas da mesma magnitude. Em janeiro deste ano, o colegiado cumpriu a promessa ao elevar a taxa para 13,25% e reforçar que antevê outra elevação de mesmo nível em março, mas sem oferecer sinalização para maio.

Não é um forward guidance (indicação dos próximos passos da autoridade monetária) adicional. Para a reunião do Copom de maio não tem nada decidido ainda. A autoridade monetária espera arrefecimento da atividade econômica, mas não é isso que levará a uma parada no ciclo de alta nos juros, já que a meta é a inflação. O Banco Central precisa ter um grande conjunto de dados que mostre o esfriamento da atividade e que segue avaliando ‘com lupa’ cada uma das possibilidades, inclusive o mercado de trabalho. Ainda que a inflação esteja dentro do intervalo, pode estar acima do centro, ao redor de 4%. A meta a ser atingida é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5% para mais (4,5%) e para menos (1,5%). O grande desafio vai ser a inflexão da inflação, que não vai acontecer nos próximos meses.

O Banco Central leva as expectativas a respeito da inflação muito a sério, tanto que foram colocadas na ata e no comunicado do Copom para justificar a decisão de elevação dos juros. Isso daria o tom da importância dada a esse ponto. Uma eventual elevação “preventiva” da taxa Selic, com base em riscos no cenário, parece inadequada. A política monetária já está apertada, o que demanda paciência para esperar seus efeitos. Subir os juros preventivamente por algo que talvez aconteça não parece a política mais adequada quando já se está com juros restritivos. No entanto, o Banco Central está observando todos os fatores e não vai hesitar em continuar elevando a taxa Selic. Não há dúvida que o Banco Central vai ajustar os juros se for necessário. A política monetária funciona. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.