24/Feb/2025
O dólar teve uma leve alta ante o Real na sexta-feira (21/02), oscilando em margens estreitas e fechando a semana passada com ganhos, à medida que investidores continuaram demonstrando cautela diante das diversas incertezas no exterior, que abrangem questões comerciais, geopolíticas e macroeconômicas. O dólar fechou em alta de 0,45%, a R$ 5,73. Na semana passada, a moeda acumulou ganho de 0,58%, interrompendo sete semanas consecutivas de perdas semanais. Com uma agenda novamente vazia no Brasil, os investidores voltaram suas atenções para o cenário externo. A maior incerteza neste início de ano diz respeito aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem realizado ameaças constantes de impor tarifas sobre países e setores econômicos, mas tem até o momento apenas uma nova taxa, de 10% sobre produtos chineses, já em vigor. Diante das inúmeras manchetes sobre o presidente norte-americano, que em sua mais recente declaração prometeu impor tarifas sobre madeira e produtos florestais, os agentes financeiros têm operado com cautela.
Segundo a FB Capital, não há qualquer gatilho para o curto prazo que possa deflagrar um movimento de compra ou venda que impacte a liquidez. O mercado segue 'ponderando' sobre os planos tarifários de Donald Trump. O movimento da sexta-feira (21/02) reflete nitidamente o momento do mercado de compasso de espera, sem gatilhos firmes. Os mercados globais também aguardam o desenvolvimento das conversas recém-iniciadas entre Estados Unidos e Rússia pelo fim da guerra de quase três anos na Ucrânia, em que uma resolução de paz poderia trazer impulso para ativos mais arriscados. A perspectiva do fim do conflito tem piorado nos últimos dias depois que Donald Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, passaram a trocar críticas e insultos, dificultando um acordo, o que também explicaria o movimento de cautela nos mercados. Na agenda da sexta-feira (21/02), os investidores ainda puderam analisar uma série de dados econômicos dos Estados Unidos, incluindo uma pesquisa de confiança ao consumidor e outra sobre a atividade empresarial, que vieram mais fracos do que o esperado.
Mas, apesar de terem impactado os rendimentos dos Treasuries, que recuavam na esteira dos números, os dados poucos influenciaram o mercado de câmbio. Na contramão dos rendimentos dos Treasuries, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,23%, a 106,590. Entre emergentes, ainda pesavam as fortes quedas do preço do petróleo, com perdas em torno de 3%, o que prejudica países exportadores da commodity como o Brasil. Com isso, o dólar oscilou em margens estreitas no Brasil, com máxima de R$ 5,73 (+0,55%) e mínima de R$ 5,69 (-0,18%). Na cena doméstica, investidores acompanharam comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do diretor de Política Monetária, Nilton David. Mas diante de todas as variáveis no exterior, as declarações tiveram pouca influência no mercado nacional. O Banco Central vendeu, em sua operação diária, 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.