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19/Feb/2025

Desaceleração na China e impacto em commodities

Segundo o Itaú Unibanco, em meio às preocupações com a desaceleração da economia chinesa, o setor agrícola brasileiro deve ser menos afetado que o setor de mineração. A China passa por uma importante transição em seu modelo de crescimento, com impactos distintos em diferentes setores. A China tem um modelo de crescimento que em alguma medida está esgotado. A construção, dependendo de como se faz a conta, é um quarto do PIB chinês, de 20% a 30%, gera muito emprego, renda, influencia a confiança do consumidor e o grau de riqueza dele, até porque os chineses poupam muito comprando imóvel. Essa dependência do setor imobiliário, que agora enfrenta uma crise de excesso de oferta, é um dos principais fatores por trás da desaceleração.

O Itaú projeta que o crescimento chinês cairá de 5% em 2024 para 4% este ano. Essa desaceleração não é uniforme: o consumo doméstico e a construção têm desempenho ruim. Mas, o setor industrial, que é onde vem o estímulo do governo, está relativamente bem. Essa política de estímulos industriais tem efeitos contraditórios para o Brasil. Comprar insumos chineses no Brasil hoje é algo muito favorável porque está muito barato, mas competir diretamente com o produto chinês é extremamente complicado, devido aos subsídios que mantêm a indústria chinesa competitiva mesmo em um cenário de desaceleração. Para o Itaú BBA, existem sinais positivos para o agronegócio brasileiro, especialmente pela mudança no perfil das exportações.

O Brasil reduziu um pouco a dependência da China em alguns produtos, caso de carnes de frango e suína. A produção chinesa tem crescido, mas não na velocidade do consumo. O Brasil está em posição mais favorável que outros países latino-americanos, como Chile e Peru, que dependem fortemente da exportação de metais. Para o Brasil, a parada brusca da China já aconteceu lá atrás, quando ela mudou bruscamente o que fazia em termos de comprar minério. O que a China compra do Brasil é menos sensível a ciclo. O ‘grosso’ da pauta brasileira são commodities agrícolas, onde a vulnerabilidade a uma desaceleração econômica da demanda fica menor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.