12/Feb/2025
A inflação no Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), veio dentro do esperado (+0,16% ante alta de 0,52% em dezembro). O indicador mostrou desaceleração em alguns grupos de produtos e serviços, mas ainda sinaliza uma trajetória ruim. Itens mais relacionados com o ciclo econômico seguem rodando em patamar elevado, confirmando uma leitura qualitativa ainda ruim do indicador. Embora tenha sido melhor que em meses anteriores, a leitura do IPCA em janeiro mostrou uma estabilização de preços em patamares elevados. Os núcleos vieram um pouco abaixo do esperado, indicando uma possível estabilização dos preços, embora em patamar elevado. Isso não elimina todas as preocupações, mas revela bons indícios. Vale ressaltar o nível ainda pressionado de serviços e serviços subjacentes no IPCA de janeiro. Os serviços aceleraram de 0,66% para 0,78% nesta leitura, e os serviços subjacentes avançaram de 0,67% para 0,86% na passagem de dezembro para janeiro.
Há uma previsão de aceleração do IPCA em fevereiro a 1,4%, após alta de 0,16% em janeiro. O resultado deve ser influenciado pelos grupos de Transportes, Habitação e Educação, respectivamente, por aumento nos combustíveis, saída do bônus de Itaipu e reajuste da mensalidade escolar. A inflação do grupo de Alimentação, em janeiro, seguiu elevada, mas mostrou desaceleração com os preços mais moderados em carnes e in natura. Houve uma redução na projeção para o IPCA de 2025, de alta de 5,20% para 4,92%. A principal motivação dessa redução não reflete necessariamente o IPCA de hoje, mas a projeção de uma Selic mais elevada do que esperado inicialmente e um desaquecimento mais intenso da atividade econômica no segundo semestre. Há uma previsão de que a Selic estará a 15% ao fim do ciclo de aperto. A inflação deve se manter resiliente ao longo deste primeiro semestre e motivar uma elevação da taxa Selic para além da reunião de março, que já conta com uma orientação de alta de 1 ponto percentual.
Teremos novos ajustes como forma de tentar desaquecer a demanda agregada e controlar os preços. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um avanço de 1,18% em dezembro para alta de 0,96% em janeiro, quinto aumento consecutivo, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo contribuiu com 0,21 ponto porcentual para a taxa de 0,16% do IPCA de janeiro de 2025. A alimentação no domicílio aumentou 1,07% em janeiro. Os destaques foram os aumentos nos preços da cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,67% em janeiro. O lanche subiu 0,94%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,58%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.