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10/Feb/2025

Dólar sobe com novas ameaças tarifárias dos EUA

O dólar subiu ante o Real na sexta-feira (07/02), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizar novas ameaças tarifárias, o que gerou aversão ao risco nos mercados globais. O dólar fechou em alta de 0,48%, a R$ 5,79. Na semana passada, a moeda ainda acumulou queda de 0,73%. Trump afirmou que anunciará tarifas recíprocas sobre muitos países nesta semana. O anúncio, caso concretizado, confirmaria sua promessa de campanha de impor tarifas recíprocas sobre as importações norte-americanas iguais às taxas que os parceiros comerciais impõem às exportações do país. O dólar avançou amplamente nos mercados globais, devolvendo todas as perdas que tinha acumulado no Brasil durante a sessão. Após a declaração, os ganhos da divisa dos Estados Unidos se acentuaram ainda mais.

A avaliação é que as tarifas de importação têm potencial inflacionário, o que forçaria o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a manter a taxa de juros elevada, um cenário que, em tese, favorece o dólar ao elevar os rendimentos dos Treasuries. O rendimento do Treasury de dois anos, que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo, tinha alta de 7 pontos-base, a 4,279%. As promessas tarifárias já vinham sendo o principal assunto nos mercados, após o presidente dos Estados Unidos impor taxas de 25% sobre México e Canadá e de 10% sobre a China. Enquanto as tarifas sobre os vizinhos foram suspensas por um mês após eles concordarem em fortalecer o controle de suas fronteiras com os Estados Unidos, as taxas sobre os produtos chineses seguem em vigor desde o dia 4 de fevereiro, o que gerou retaliação por parte da China.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,31%, a 107,990. No início da sessão, o dólar vinha recuando ante o Real, à medida que investidores concluíram, inicialmente, que dados de emprego dos Estados Unidos foram positivos para a moeda brasileira. O governo norte-americano informou que foram abertas 143.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em janeiro, de 307.000 revisados para cima em dezembro, número abaixo dos 170.000 esperados por economistas, ante 256.000 informados anteriormente. Por outro lado, o relatório do governo dos Estados Unidos também mostrou que a taxa de desemprego caiu para 4,0% em janeiro, de 4,1% no mês anterior, número melhor que a expectativa de economistas de que a taxa ficaria inalterada.

No Brasil, o resultado de criação de vagas sustentou a tese de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos está passando por um abrandamento, o que forneceria mais espaço para o Fed reduzir a taxa de juros, favorecendo o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. Algum tempo após os dados, o dólar atingiu a menor cotação da sessão, a R$ 5,73 (-0,51%). A máxima do dia foi de R$ 5,80 (+0,75%), depois do anúncio de Donald Trump. No exterior, entretanto, a reação dos mercados globais era mais pessimista, com agentes financeiros se concentrando na queda da taxa de desemprego para argumentar que o mercado de trabalho dos Estados Unidos segue resiliente.

Operadores de contratos futuros da taxa de juros do Fed passaram a ver apenas um corte de juros pelo Fed neste ano, ante a projeção de até duas reduções antes dos dados. Segundo o Ebury Bank, de maneira geral, o relatório foi misto, mas mostrou um abrandamento na criação de emprego. O mercado sempre reage inicialmente ao número principal e a mensagem clara é que a criação de empregos está desacelerando. O Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.