06/Feb/2025
O setor agrícola dos Estados Unidos tenta manter o otimismo diante das ameaças do presidente Donald Trump de impor tarifas sobre bens de seus principais parceiros comerciais (Canadá, México e China). Embora uma tarifa de 10% sobre produtos chineses tenha entrado em vigor na terça-feira (04/02), seguida de tarifas retaliatórias da China, o adiamento das tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México foi visto como um sinal da disposição do governo norte-americano para negociar. Isso trouxe esperança de que o setor agrícola possa evitar novos impactos negativos em sua economia, após a queda de renda no ano passado. Na segunda-feira (03/02), o governo dos Estados Unidos suspendeu por 30 dias a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, após abrir negociações com os dois países sobre o controle das fronteiras.
Traders e agricultores esperam que o governo dos Estados Unidos esteja usando as ameaças tarifárias como ferramenta de negociação, e não queira levar adiante os planos que causariam uma grande interrupção no comércio agrícola. A guerra comercial entre Estados Unidos e China durante o primeiro mandato de Donald Trump reduziu as exportações norte-americanas, especialmente de soja. As vendas de soja para a China caíram mais de 60% de 2017 a 2019, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Após várias idas e vindas, um acordo parcial foi fechado no fim de 2019, com a promessa de que a China aumentaria suas compras de produtos dos Estados Unidos. Desta vez, traders e analistas parecem preparados para o caos que pode surgir das negociações.
Traders de grãos têm se mostrado cautelosos, limitando as flutuações nos preços dos futuros. Segundo a Marex, tudo indica que desta vez as pessoas aprenderam a lição. Para a Teucrium Trading, o mercado parece bem preparado, relutante em precificar um prêmio ou desconto por tarifas, dada a velocidade dos acontecimentos. As informações voláteis vindas dos Estados Unidos mantêm traders atentos às notícias e à conta de Donald Trump na rede Truth Social, onde ele confirmou o adiamento das tarifas contra o México e o Canadá. No caso da China, as tarifas retaliatórias não afetam diretamente a agricultura norte-americana, exceto por equipamentos agrícolas. O foco está em commodities energéticas, como petróleo, gás e carvão.
Os agricultores nos Estados Unidos têm se mostrado mais otimistas quanto a suas chances de ter um ano lucrativo em 2025 e evitar uma guerra comercial. De acordo com levantamento mensal da Universidade Purdue e do CME Group, a confiança de produtores rurais dos Estados Unidos melhorou em janeiro, com a manutenção da perspectiva otimista pós-eleição. O indicador conhecido como Barômetro da Economia Agrícola subiu 5 pontos em comparação com o mês anterior, para 141 pontos. O Índice de Condições Atuais ganhou 9 pontos, para 109 pontos. O Índice de Expectativas Futuras avançou 3 pontos, para 156 pontos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.