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05/Feb/2025

Dólar abaixo de R$ 5,80 pela primeira vez neste ano

O dólar completou nesta terça-feira (04/02) a 12ª sessão consecutiva de queda no Brasil, encerrando abaixo dos R$ 5,80 pela primeira vez este ano, com as cotações acompanhando o recuo quase generalizado da moeda no exterior em meio a novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e aos desdobramentos das disputas tarifárias entre países. O dólar fechou em baixa de 0,76%, a R$ 5,77, a menor cotação desde 19 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,76. Apesar do movimento contido em algumas sessões, desde 17 de janeiro o dólar não fecha um dia em alta, totalizando agora 12 sessões consecutivas em queda. Esta é a maior sequência negativa em 20 anos, desde o período entre 24 de março e 13 de abril de 2005, quando o dólar fechou em baixa por 14 sessões consecutivas. Em 2025 a moeda norte-americana acumula baixa de 6,59%.

O mercado de câmbio repetiu nesta terça-feira (04/02) um roteiro comum nas últimas sessões, com o dólar ensaiando altas no início do dia, mas migrando para o território negativo ao longo da sessão. Desta vez as cotações despencaram perto do meio-dia, com a divulgação de números sobre o mercado de trabalho norte-americano. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que as vagas de emprego em aberto (uma medida da demanda por mão de obra) diminuíram em 556.000, para 7,6 milhões no último dia de dezembro, conforme o relatório Jolts. Economistas haviam previsto 8,0 milhões de vagas em aberto em dezembro. Os números sugeriram que o mercado de trabalho dos Estados Unidos pode estar desaquecendo, o que é uma boa notícia sob o ponto de vista do controle da inflação, daí a perda de força dos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, do dólar ante várias divisas.

O enfraquecimento global do dólar esteve ligado também à leitura de que as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos contra México, Canadá e China no fim de semana estão sendo usadas dentro de uma estratégia de negociação e que não serão necessariamente levadas a cabo. Na segunda-feira (03/02), os Estados Unidos já haviam anunciado a suspensão por 30 dias das tarifas aplicadas ao México e ao Canadá, para negociação entre os países. Nesta terça-feira (04/02), foi a vez de a China anunciar uma série de medidas de retaliação aos Estados Unidos, mas com prazo para começar apenas em 10 de fevereiro, em uma clara brecha para que o presidente norte-americano, Donald Trump, negocie até lá. Segundo a Manchester Investimentos, esta guerra comercial acabou dando um fôlego para os países emergentes, que tiveram suas moedas ganhando um pouco de espaço.

Com o presidente dos Estados Unidos aparentemente mais maleável com a questão das tarifas, o dólar cedeu no exterior e deixou investidores no Brasil “sem motivos para comprar” a moeda. Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$ 5,82s (+0,21%), pouco depois da abertura, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,75 (-1,02%). A queda do dólar contribuiu para o recuo das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com prazos mais longos, em um dia de divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o recente movimento de queda do dólar "ajuda muito" no combate à inflação. O Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,57%, a 107,960. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.