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05/Feb/2025

CEOs do Agro temem efeitos de mudança climática

De acordo com dados da 28ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, auditoria e consultoria, pesquisa global com CEOs de diversos setores revela que executivos do agronegócio brasileiro veem negócios mais ameaçados por mudanças climáticas que os de outros segmentos. Segundo o levantamento, 56% dos CEOs do agronegócio brasileiro apontam as mudanças climáticas como principal ameaça aos seus negócios, ante 54% há um ano, quando os riscos climáticos também foram considerados a principal ameaça às empresas do setor. O resultado é mais que o dobro da média nacional, que inclui outros setores, de 21%, e supera a média global, de 14%. Mais de 4,7 mil executivos em 100 países foram entrevistados.

O resultado mostra uma preocupação constante e crescente do setor com o clima e que o tema está na agenda dos CEOs do agro. O fato de o agronegócio ser uma fábrica a céu aberto explica parte do resultado, já que o setor está sujeito a diversas intempéries climáticas, e parte do resultado está ligado também às ocorrências climáticas de 2024, como a tragédia do Rio Grande do Sul. Foi um ano de grande desafio climático com enchentes e secas no mesmo ano, o que traz riscos sobre as operações das empresas. A segunda maior preocupação do setor é a baixa disponibilidade de mão de obra qualificada, apontada por 38% dos líderes empresariais do agronegócio como ameaça. O resultado supera a média global de 23% e o indicador nacional relatado por CEOs de outros setores, de 30%.

A falta de mão de obra qualificada mostra mais desafios do agronegócio em encontrar profissionais capacitados para atuação do setor. A instabilidade macroeconômica foi citada por 24% dos CEOs do agronegócio brasileiro como uma ameaça aos negócios das empresas, contra 27% da média nacional e 22% da média global. A exposição dos negócios à inflação vem diminuindo na percepção dos líderes empresariais do agronegócio brasileiro, passando de 40% em 2023 para 34% em 2024 e 22% neste ano. A média nacional com executivos de outros segmentos ficou em 24% e a global em 27%. Os riscos aos negócios relacionados a conflitos geopolíticos também reduziram, de 48% em 2023 para 31% há um ano e 22% na edição atual da pesquisa, ainda acima da média nacional de 12% e igual à média mundial.

Em meio à preocupação crescente com o clima e do impacto financeiro dos extremos climáticos sobre o setor, quase metade das empresas do agronegócio (47%) relataram ter ampliado a receita a partir de investimentos climáticos nos últimos cinco anos, acima da média nacional, de 30%. Há muito o que ser feito para reduzir os riscos climáticos nas organizações. Pouco mais de um quarto dos CEOs do setor (26%) afirma que investimentos climáticos aumentaram seus custos. Não há percepção de que essas iniciativas diminuíram a receita. Dentre os executivos do agronegócio brasileiro, 62% afirmaram que sua remuneração variável está vinculada a métricas de sustentabilidade, ante 59% da média do Brasil. Os CEOs do Agronegócio brasileiro também demonstram expectativa com o crescimento uso da inteligência artificial generativa.

Para 61% deles, a IA generativa deve impulsionar a lucratividade das suas empresas nos próximos doze meses, ante 46% em 2024. Entre os executivos que já investiram na IA generativa 52% afirmam ter tido ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários, 34% viram aumento na receita a partir da tecnologia e 24% na lucratividade. O interesse em investir na integração da IA com plataformas tecnológicas é maior entre os executivos do agronegócio, de 86%, que os executivos brasileiros dos demais setores. Aumentou muito o número de CEOs que acreditam na IA como caminho de lucratividade e ganhos de receita em virtude de já terem experimentado a IA e estarem na jornada de aplicação nos negócios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.