05/Feb/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,48% em dezembro. A taxa de novembro foi revista de uma elevação de 1,23% para alta de 1,25%. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 9,42% no ano de 2024. Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 5,14% em dezembro, após a elevação de 1,99% em novembro. No ano de 2024, houve aumento de 4,93%. A indústria de transformação registrou alta de 1,30% em dezembro, ante um aumento de 1,22% em novembro. No ano de 2024, houve alta de 9,66%. A alta de 1,48% no IPP de dezembro foi o 11º avanço seguido no indicador.
O IPP vem de uma sequência de aumentos desde fevereiro de 2024: fevereiro (0,14%), março (0,35%), abril (0,67%), maio (0,36%), junho (1,26%), julho (1,53%), agosto (0,66%), setembro (0,62%), outubro (0,97%), novembro (1,25%) e dezembro (1,48%). O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. A alta de 1,48% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em dezembro foi decorrente de elevações em 22 das 24 atividades pesquisadas. As maiores elevações ocorreram nas indústrias extrativas (5,14%), metalurgia (4,73%), outros equipamentos de transporte (3,26%) e fumo (2,59%). As maiores contribuições para a taxa do IPP partiram das atividades de alimentos (alta de 1,90% e impacto de 0,49%), metalurgia (impacto de 0,32%), indústrias extrativas (contribuição de 0,24%) e refino de petróleo e biocombustíveis (aumento de 0,89% e impacto de 0,09%).
O resultado do IPP em dezembro e no ano de 2024 como um todo pode ser explicado parcialmente pela alta recente e corrente do dólar. Isso porque o câmbio, pela ótica do produtor, impacta diversos setores da indústria. Em dezembro, o dólar teve um aumento de 5% frente ao real e terminou o ano com uma alta acumulada de 24,5%. Logo, praticamente todos os setores que se destacaram no indicador de longo prazo sofreram, em alguma medida, impacto do dólar: alimentos, metalurgia, químicos, fumo, madeira e outros equipamentos de transporte. Na direção oposta, as únicas atividades com quedas de preços em dezembro foram papel e celulose (-1,44%) e têxteis (-0,39%). A alta de 9,42% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica no ano de 2024 foi decorrente de elevações em todas as 24 atividades pesquisadas. As maiores elevações de preços no ano ocorreram em metalurgia (29,29%), fumo (19,25%), madeira (17,97%), outros equipamentos de transportes (17,68%) e alimentos (14,08%).
As maiores contribuições para a taxa do IPP partiram das atividades de alimentos (impacto de 3,48%), metalurgia (1,71%), outros produtos químicos (alta de 12,23% e impacto de 0,94%) e veículos automotores (alta de 4,67% e contribuição de 0,36%). O aumento de 14,08% fez o setor de alimentos fechar 2024 com a alta mais intensa desde 2021, quando os preços subiram 18,66%. No ano, houve pressão, sobretudo, dos aumentos nas carnes, em meio a uma demanda mais aquecida, aumento das exportações e influência da valorização do dólar. Além disso, a atividade de alimentos teve também impacto de uma elevação de 69,28% no café, por conta de um declínio global da oferta (impactada por condições climáticas e desafios de logística), e do óleo de soja, que também tem sofrido impacto do dólar, estando com as exportações aquecidas e com a oferta reduzida no mercado interno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.