04/Feb/2025
Segundo o Citi Research, o fenômeno climático La Niña deve persistir até março deste ano, mas com intensidade fraca e impactos limitados no Brasil. Embora as condições meteorológicas tenham causado períodos de seca e temperaturas elevadas no início do ano, as previsões indicam melhora para as principais lavouras brasileiras. As anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Pacífico atingiram -0,73°C em dezembro, confirmando o La Niña. A probabilidade de o fenômeno continuar até abril é de 59%, mas no trimestre seguinte o retorno a uma condição climática neutra sobe para 60%. O La Niña deve afetar principalmente áreas produtoras de grãos na Argentina e no Rio Grande do Sul. No Brasil, o impacto foi atenuado pelas chuvas abundantes no fim de 2024, reduzindo os efeitos da estiagem nas próximas semanas, especialmente na parte oeste do Estado.
Na Argentina, a irregularidade das chuvas deve agravar a redução das colheitas de grãos, ainda que não no mesmo nível das secas severas que atingiram o país entre 2020 e 2022. Em janeiro, uma onda de calor atingiu Argentina, Paraguai e o oeste do Rio Grande do Sul, com temperaturas acima de 40°C e incêndios florestais. Entre os dias 11 e 18 de janeiro, foram registrados 728 focos ativos de fogo na Argentina, número que saltou para 1.328 até o dia 20 de janeiro. Embora as chuvas no fim de semana tenham reduzido o calor extremo, a recuperação das lavouras ainda é limitada, pois a precipitação chegou tarde demais para reverter os impactos da seca. No Brasil, as chuvas foram irregulares em janeiro, com temperaturas superando os 36°C em diversas regiões. O fenômeno foi acompanhado por tempestades isoladas, especialmente em áreas próximas aos canaviais do Centro-Sul.
Em Mato Grosso houve precipitação acima da média, acumulando 238,1 mm no mês (83% da climatologia esperada). No entanto, Mato Grosso do Sul registrou apenas 32 mm, muito abaixo do esperado. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a Bahia teve um dos maiores volumes de chuva, com 232,2 mm, cerca de 80% da média histórica. Essas condições típicas desta época do ano podem atrasar a colheita da soja em regiões como Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A colheita da oleaginosa e do milho safra de verão (1ª safra 2024/2025) já começou, mas segue em ritmo lento. Para os próximos dias, mais chuvas são esperadas, principalmente no norte do Paraná e no Matopiba, com acumulados entre 50 mm e 100 mm. O excesso de precipitação, no entanto, pode prejudicar o avanço da colheita nos principais Estados produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.