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04/Feb/2025

Impactos das tarifas nos EUA, México e no Canadá

O Morgan Stanley prevê que, com a nova política tarifária dos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump, uma recessão no México se torna o cenário base, com a inflação nos Estados Unidos podendo aumentar entre 0,3% e 0,6% nos próximos meses. O crescimento do PIB norte-americano será reduzido entre 0,7% e 1,1%, o que teria implicações econômicas globais. O impacto dessas tarifas é visto como "severo", tanto para os Estados Unidos quanto para o México. As perdas na produção do México poderiam chegar a 2,0% e 2,5% do PIB, se as tarifas forem duradouras. Além disso, a inflação mexicana poderia aumentar entre 0,4% e 0,6%, dependendo das respostas políticas locais. Com o impacto negativo na economia, as necessidades fiscais do país também aumentariam, o que poderia resultar em um risco de downgrade da sua nota de crédito pelas agências de monitoramento de risco. O mercado também pode ser afetado, indicando que as ações mexicanas enfrentam "um risco-retorno altamente assimétrico", dado o cenário de tarifas elevadas.

A desvalorização do peso, que pode cair cerca de 10% frente ao dólar, somada à intervenção do Banxico, seriam reflexos dessa pressão econômica. Uma possível retaliação do México contra as tarifas norte-americanas poderia intensificar ainda mais a inflação e forçar o banco central mexicano a manter uma política monetária restritiva por um período prolongado. Se esse cenário se concretizar, as repercussões seriam graves tanto para a economia mexicana quanto para as relações comerciais entre os dois países, com reflexos diretos no comércio global e na confiança do mercado. O JPMorgan Chase avalia que as tarifas impostas por Donald Trump a países parceiros comerciais devem ter impacto nos preços nos Estados Unidos, com um efeito no índice de preços ao consumidor provavelmente igual ou superior a 1%. O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) precisará "reforçar a cautela" para ter tempo de avaliar o impacto desse choque no crescimento e na inflação no país. Uma guerra comercial com os principais parceiros econômicos dos Estados Unidos já teve início, e todos os indícios são de que essas ações representam o início de um conflito em expansão.

As estimativas sobre o impacto negativo no crescimento da economia dos Estados Unidos são geralmente menores, com quedas no PIB variando de alguns décimos a 1%. Os aumentos tarifários norte-americanos devem pressionar a política monetária do Canadá e do México, dois dos principais alvos das medidas de Trump, forçando uma redução nas taxas de juros nesses dois países, mesmo com a inflação em alta. Um aumento sustentado das tarifas em 25% será suficiente para empurrar as economias mexicana e canadense para uma recessão. As incertezas quanto ao impacto, retaliações e possíveis reversões são abundantes, mas o anúncio tarifário dá início a uma mudança drástica na posição dos Estados Unidos em relação à ordem comercial global. A maior preocupação com os anúncios de Trump é que a política tarifária, aplicada para alcançar objetivos não econômicos, pode se expandir e levar os Estados Unidos a uma postura muito menos favorável aos negócios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.