04/Feb/2025
A recuperação da atividade após a pandemia de Covid-19 produziu mercados de trabalho historicamente aquecidos nas principais economias do planeta. Mas, as oportunidades seguem distribuídas de maneira irregular conforme a faixa etária, em um movimento que exacerbou o problema do desemprego juvenil. O fenômeno já acende a luz amarela entre economistas e líderes políticos, que alertam para o impacto negativo sobre o crescimento econômico, a produtividade e o bem-estar social. Até 2033, 1,2 bilhão de pessoas entre 15 e 25 anos de idade devem habitar os países emergentes. Desses, apenas 480 milhões frequentarão escolas e 420 milhões terão emprego, segundo estudo do Banco Mundial divulgado durante a Global Labor Market Conference (GLMC) em Riad, na Arábia Saudita. O déficit deixará 300 milhões de jovens fora da força de trabalho, os chamados "Nem, Nem", ou seja, sem trabalhar ou estudar. Segundo o Banco Mundial, há uma crise global de emprego que demanda ação de todos.
É preciso enfrentar esses problemas e criar um futuro melhor para todo mundo, principalmente no Sul Global. As lacunas no acesso à educação são parte da equação para explicar a disparidade, mas há desafios mais complexos para além da superfície. Para o Banco Mundial, os governos precisam implementar programas de treinamento em maior escala para garantir que os jovens sejam qualificados especificamente para as profissões do futuro. Desequilíbrios intrínsecos ao mercado de trabalho exacerbam essas questões. Com menor dinamismo e crescente desigualdade, os trabalhadores tendem a ficar em empregos que pagam salários baixos e que não atendem à satisfação pessoal. Todos estes desafios agravam e reforçam uns aos outros, tornando ainda mais difícil para os jovens romperem o ciclo de empregos mal remunerados e de baixa produtividade. As economias desenvolvidas também lidam com desemprego juvenil.
Embora as perspectivas sejam mais sombrias para economias emergentes, as desenvolvidas também enfrentam dificuldades em incorporar a juventude ao mercado de trabalho. Na zona do euro, por exemplo, a taxa de desemprego juvenil somou 15% em novembro, enquanto a da população em geral era de 6,3%, de acordo com dados da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia. Há um componente cultural na discussão sobre o desemprego jovem. As gerações mais novas buscam qualidade de vida em um sentido mais amplo que o econômico. É preciso propor empregos que estejam alinhados com as expectativas dos jovens, mas também com as condições de mercado. As oportunidades, porém, não têm cumprido as expectativas da população recém-chegada à idade adulta. Desenvolvimento de estruturas que permitam uma melhor mobilidade também é importante. Os jovens têm dificuldades para encontrar casas acessíveis, o que desanima a busca por emprego em determinadas regiões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.