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03/Feb/2025

Desemprego recua no trimestre até dezembro/2024

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (31/01), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em dezembro. Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,4%. No trimestre encerrado em novembro de 2024, a taxa de desocupação estava em 6,1%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.315,00 no trimestre encerrado em dezembro. O resultado representa alta de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 339,451 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 7,4% ante igual período do ano anterior. A taxa de desocupação de 6,2% foi o segundo menor resultado em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.

No trimestre encerrado em novembro de 2024, a taxa foi de 6,1%. Ou seja, a taxa de desemprego teve sua primeira elevação após oito trimestres móveis consecutivos de quedas. O País totalizou 103,818 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em dezembro. Houve abertura de 789 mil vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,833 milhões de pessoas. A população desocupada diminuiu em 178 mil pessoas em um trimestre, totalizando 6,823 milhões de desempregados no trimestre até dezembro. Em um ano, 1,259 milhão de pessoas deixaram o desemprego no País. A população inativa somou 66,170 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro, 246 mil inativos a menos que no trimestre anterior. Em um ano, houve diminuição de 116 mil pessoas na inatividade. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) passou de 58,4% no trimestre encerrado em setembro para 58,7% no trimestre até dezembro. No trimestre terminado em dezembro de 2023, o nível da ocupação era de 57,6%. No trimestre terminado em dezembro de 2023, a taxa estava em 7,4%.

O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em dezembro. O trimestre encerrado em dezembro mostrou uma abertura de 274 mil vagas com carteira assinada no setor privado. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,264 milhão de vagas com carteira foram criadas no setor privado. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 39,237 milhões de trabalhadores no trimestre até dezembro, um recorde na série histórica iniciada em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 14,209 milhões de pessoas. O resultado significa 128 mil vagas a menos nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até dezembro de 2023, foram criadas 682 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria aumentou em 633 mil pessoas em um trimestre, para um total de 26,026 milhões de trabalhadores.

O resultado representa 411 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores aumentou em 48 mil em um trimestre, para 4,346 milhões de pessoas. Em relação a dezembro de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 125 mil pessoas. O País teve uma alta de 36 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,932 milhões de pessoas. O resultado representa recuo de 105 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior. O setor público teve 34 mil pessoas a menos no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro, para um total de 12,751 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até dezembro de 2023, foram abertas 549 mil vagas no setor público. No trimestre terminado em dezembro, faltou trabalho para 17,757 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu assim ao menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2015.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 15,7% no trimestre até setembro para 15,2% no trimestre até dezembro. No trimestre até dezembro de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,3%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. A população subutilizada caiu 2,3% ante o trimestre até setembro, 415 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até dezembro de 2023, houve um recuo de 10,9%, menos 2,179 milhões de pessoas. O Brasil registrou 3,029 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em dezembro. O País tinha 77 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em setembro, um recuo de 2,5%. Em um ano, 425 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 12,3%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,8% no trimestre até dezembro, ante um patamar de 5,0% no trimestre até setembro. Em todo o Brasil, há 4,945 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até setembro para o trimestre até dezembro, houve um recuo de 184 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 490 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

Seis das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em dezembro. Na passagem do trimestre terminado em setembro para o trimestre encerrado em dezembro, houve geração de postos de trabalho em transporte (283 mil), indústria (83 mil), comércio (110 mil), construção (333 mil), alojamento e alimentação (214 mil) e serviços domésticos (38 mil). Houve redução na ocupação na agricultura (-196 mil trabalhadores), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (-40 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-6 mil) e outros serviços (-35 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (543 mil), indústria (413 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (690 mil trabalhadores a mais), construção (414 mil pessoas), outros serviços (103 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (461 mil), transporte (296 mil), alojamento e alimentação (230 mil).

A agricultura dispensou 186 mil pessoas e serviços domésticos, 109 mil. O País registrou uma taxa de informalidade de 38,6% no mercado de trabalho no trimestre até dezembro de 2024. Havia 40,045 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 77 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 789 mil postos de trabalho. Ou seja, aumentou mais o emprego via formalidade. A ocupação, nesse trimestre, tem componente tanto de formalidade quanto de informalidade, mas, de fato, a gente tem uma expansão maior do ramo formal. Mas, é sempre bom lembrar que, embora não tenha havido um crescimento significativo da ocupação informal, ela ainda se vê em 40 milhões, porque ela vem crescendo paulatinamente. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 16 mil empregadores sem CNPJ e de 254 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ.

Porém, houve enxugamento de 40 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar, de 128 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 24 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada. A população ocupada atuando na informalidade cresceu 0,2% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais aumentou em 512 mil pessoas, alta de 1,3%. O Brasil alcançou um recorde de 67,745 milhões de trabalhadores ocupados contribuindo para instituto de previdência no trimestre encerrado em dezembro. A proporção de contribuintes entre os ocupados foi de 65,3% no trimestre até dezembro, ante 65,1% no trimestre até setembro. No quarto trimestre de 2024, o avanço na ocupação foi impulsionado pela geração de vagas formais, aumentando assim a proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a previdência. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,301 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 339,451 bilhões, uma alta de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 ante o trimestre terminado em dezembro de 2023.

Na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2024, a massa de renda real subiu 2,3% no trimestre terminado em dezembro, R$ 7,494 bilhões a mais. A massa salarial segue renovando recordes graças ao crescimento do número de ocupados acompanhado pela alta dos rendimentos. O patamar atual da renda está em nível equiparável ao pico da série, em termos de valor, alcançado em 2020, quando estava em R$ 3.321,00. Porém, a composição do mercado de trabalho atualmente é bem mais favorável. Durante a pandemia, a renda média subiu em função da perda de ocupação de trabalhadores informais e de renda mais baixa. Atualmente, a renda sobe devido a uma soma de fatores, entre eles o avanço na ocupação com carteira assinada e no setor público, mas também via valorização do rendimento dos informais, em meio a uma maior demanda por mão-de-obra. Ao longo do ano de 2023 e 2024, na composição da população ocupada, vem agregando trabalhadores com carteira, que são trabalhadores de rendimento relativamente maior do que a média dos informais.

Teve também um processo de recuperação do rendimento dos trabalhadores do setor público, pelo menos os da esfera federal. Por outro lado, teve crescimento de atividades informais que contribuíram bastante para a expansão do rendimento. Embora sejam trabalhadores informais, como é o caso, por exemplo, da construção. Ou seja, houve essa demanda maior pelo trabalhador da construção, de transporte, de armazenagem, alguns segmentos da indústria manufatureira, elevando esse rendimento dos trabalhadores. Houve contribuição também de um reajuste maior do salário-mínimo. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,7% no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro. Já na comparação com o trimestre terminado em dezembro de 2023, houve elevação de 9,3% na renda média nominal. A taxa anual de desocupação foi de 6,6% em 2024, patamar mais baixo da série histórica. Em 2023, a taxa de desemprego anual tinha sido de 7,8%.

A população desocupada totalizou 7,4 milhões de pessoas em 2024, uma queda de 1,1 milhão ante 2023, recuo de 13,2%. Já a população ocupada subiu a um recorde de 103,3 milhões de pessoas em 2024, 2,6% maior que a de 2023. O nível médio da ocupação, que mostra a proporção de ocupados na população em idade de trabalhar, foi estimado em um recorde de 58,6% em 2024, ante 57,6% em 2023. A taxa composta de subutilização foi estimada em 16,2%, ante 18,0% em 2023. A população subutilizada somou 19,0 milhões de pessoas em 2024, recuo de 8,9% em relação ao ano anterior. Há diversos segmentos com expansão na ocupação, não apenas aqueles mais intensivos de mão de obra. Entre os segmentos, na média anual, houve expansão na população ocupada em relação a 2023 no comércio (+733 mil), administração pública, educação e saúde (+524 mil), transporte (+429 mil), construção (+406 mil), indústria (+340 mil), outros serviços (+321 mil), e informação, comunicação e atividades financeiras (+294 mil).

As demissões ocorreram em alojamento e alimentação (-18 mil), serviços domésticos (-88 mil) e agropecuária (-258 mil). A queda na ocupação na agricultura em 2024 decorre da quebra de safra de algumas culturas e de um processo mais estrutural de maior mecanização no campo. O se observou em 2024 foi uma queda muito grande em algumas colheitas, como café e milho. Então, teve condições adversas dentro dessa atividade, mas são questões associadas à própria dinâmica da agricultura. No ano de 2024, a renda média subiu a R$ 3.225, a maior da série anual. A massa de renda alcançou um recorde de R$ 328,6 bilhões. Nos últimos dois anos (2023 e 2024), o crescimento da massa é puxado pelos seus dois componentes, seja crescimento do rendimento como também a expansão da população ocupada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.