03/Feb/2025
De acordo com os resultados da 28ª Global CEO Survey da PwC, a falta de mão de obra qualificada é vista como a principal ameaça ao setor varejista brasileiro neste ano. Esse ponto supera riscos cibernéticos, instabilidade macroeconômica e até a inflação, tão preocupante nos últimos tempos, sobretudo a de alimentos. A enquete consultou mais de 4.700 executivos em mais de 100 países, entre outubro e o início de novembro de 2024, a fim de avaliar as expectativas dos negócios para 2025. É a primeira vez que a falta de mão de obra lidera o ranking das ameaças na pesquisa feita pela consultoria. 41% dos executivos do varejo apontam a escassez de mão de obra qualificada como o principal problema, enquanto para os demais setores do País essa marca é de 30%. Diante do baixo nível de desemprego, a falta de profissionais para o chão de loja é muito relevante para o varejo.
Entre as demais ameaças levantadas pelos executivos estão os riscos cibernéticos (31%), inflação (28%), instabilidade macroeconômica (26%) e mudanças climáticas (23%). Neste ano, 59% dos líderes do varejo pretendem contratar, uma marca que supera a média nacional, que inclui outros segmentos (53%). O uso da inteligência artificial (IA) generativa também aparece como um ponto de destaque entre os executivos do varejo. Segundo a pesquisa, 63% deles relatam ganhos de eficiência com a IA generativa e 41% registram aumento de receita com a venda de produtos e serviços. Além disso, 82% dos CEOs pretendem investir na integração da IA para o desenvolvimento de competências e o aprimoramento da força de trabalho. Esse resultado está bem acima da média nacional para todos os setores, que é de 46%. Apesar do avanço do uso da IA no varejo e da predisposição para continuar investindo nessa ferramenta, esse instrumento não vai suprir a falta de mão de obra, que é a principal ameaça do setor no momento.
O consumidor brasileiro aceita a inteligência artificial, mas com um “toque humano”. Esse foi um dos pontos de destaque na NRF, a principal feira de varejo, realizada nos Estados Unidos, este mês, que reuniu lideranças globais do setor. Outra constatação da pesquisa é que 62% dos executivos do setor de consumo no País esperam aceleração da economia nos próximos meses. É uma marca quase 10% abaixo da média nacional de todos os setores (73%). Trata-se de um otimismo cauteloso. Entre os fatores que contribuem para a maior cautela por parte dos varejistas, estão as preocupações sobre a política e economia local e sobre os rumos da economia dos Estados Unidos, agora sob a administração de Donald Trump. Um ponto de destaque é que os executivos já admitem a necessidade de reinvenção para garantir a sustentabilidade dos negócios. Segundo a pesquisa, 30% dos CEOs de empresas de consumo acreditam que suas companhias não serão viáveis economicamente sem mudanças significativas.
Nesse aspecto, as questões climáticas e do meio ambiente ganham relevância. Apesar de o varejo não guardar uma relação tão direta com o meio ambiente comparado a outros setores, executivos já constataram que esse tema virou prioritário, sobretudo quando se avalia resultados. A pesquisa aponta que 51% dos executivos relatam que investimentos em baixo impacto climático levaram a redução de custos. Nesse rol estão eficiência energética, redução no uso de embalagens, por exemplo. O faturamento nacional do varejo caiu 1% em dezembro de 2024, na comparação com um ano antes. A queda ocorreu mesmo com crescimento do fluxo de visitação, de faturamento e de vendas na semana do Natal. Os dados fazem parte da pesquisa Índice de Performance do Varejo (IPV), da HiPartners. A semana do Natal teve 17% mais fluxo do que em igual período de 2023.
Já o faturamento e as vendas cresceram aproximadamente 50% no mesmo intervalo. Embora o mês seja um dos mais aguardados pelo impacto nas vendas relacionadas ao Natal e à outras festas de final de ano, o fluxo de visitação dos shoppings em dezembro registrou queda de 4% e as vendas recuaram 6%, ambos na comparação anual. Além disso, tanto as lojas de rua quanto aquelas que estão situadas dentro dos centros de compras, tiveram um crescimento aquém do esperado, de apenas 1% no mesmo período. As quedas do faturamento e das vendas foram influenciadas por cenários regionais heterogêneos, mesmo com crescimento no ticket médio em todo o Brasil. No desempenho das lojas físicas, a Região Nordeste liderou os resultados com crescimento de 8% no fluxo de visitação e de 4% no faturamento em relação a dezembro de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.