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03/Feb/2025

EUA: taxação sobre produtos do México e Canadá

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou tarifas de 25% para produtos provenientes do México e do Canadá, que começaram a vigorar no sábado (1º/02). Ele também mencionou que os Estados Unidos estão em processo de aplicar tarifas à China. Segundo Trump, o motivo das tarifas é o fato de a China enviar fentanil aos Estados Unidos. Os Estados Unidos importaram quase 4,6 milhões de barris de petróleo diariamente do Canadá em outubro e 563 mil barris do México, de acordo com a Administração de Informações sobre Energia. A produção diária dos Estados Unidos durante esse mês foi, em média, de quase 13,5 milhões de barris por dia.

Mas, Donald Trump não demonstrou preocupação de que as taxas de importação sobre os parceiros comerciais dos Estados Unidos teriam um impacto sobre a economia do país. O presidente também afirmou que a China pagaria tarifas por sua exportação de produtos químicos usados para fabricar fentanil. Ele já havia declarado anteriormente tarifa de 10% que se somaria a outros impostos de importação cobrados sobre produtos chineses. Ao anunciar as tarifas, Donald Trump ressaltou que os Estados Unidos precisam “arrecadar dinheiro” de alguma forma, sugerindo que o aumento da arrecadação federal virá com a implementação de suas novas políticas tarifárias.

Os governos do México e do Canadá expressaram preocupação diante da possibilidade de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A medida propõe uma tarifa de 25% sobre importações mexicanas e canadenses, afetando setores estratégicos como o automotivo, o agrícola e o de semicondutores dos países norte-americanos. Na sexta-feira (31/01), a presidente do México, Claudia Sheinbaum, ressaltou que seu governo tem mantido um diálogo constante com os Estados Unidos e conta com um fundo, no caso da aplicação das tarifas. O México temos um plano que vai muito além de um fundo e de uma análise muito exaustiva das implicações que as tarifas poderiam ter.

Existe um plano, por isso o México está preparado para qualquer cenário. Evidentemente, está fazendo tudo para evitar que se chegue a um cenário desse tipo, sempre mantendo o diálogo. Sheinbaum também destacou que o México possui um plano caso as tarifas sejam implementadas. Existe uma equipe de trabalho em coordenação com diferentes setores para analisar possíveis retaliações às tarifas norte-americanas. A presidente ainda afirmou: "Então, que o povo do México saiba que, diante de uma circunstância que possa surgir, estamos preparados, temos um plano e buscamos sempre o diálogo com o governo dos Estados Unidos, pois, como bem se menciona, a possibilidade de uma tarifa também afeta fortemente a economia dos Estados Unidos e dos norte-americanos."

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau reforçou a disposição de seu governo em tomar medidas de retaliação caso as tarifas sejam implementadas. "Cada parte do nosso país seria impactada pelas potenciais tarifas dos Estados Unidos. Estamos todos prontos para emitir uma resposta nacional forte se necessário", declarou Trudeau. Mesmo a imposição imediata exigiria de duas a três semanas de aviso público antes que a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos pudesse começar a cobrar, com base em ações tarifárias anteriores.

Donald Trump afirmou na quinta-feira (30/01) que em breve decidiria se aplicaria as tarifas às importações de petróleo canadense e mexicano, uma indicação de que ele pode estar preocupado com o impacto delas nos preços da gasolina. O petróleo bruto é a principal importação dos Estados Unidos do Canadá e está entre as cinco principais do México, de acordo com dados do US Census Bureau. Diante da incerteza, tanto México quanto Canadá reforçam sua posição contrária às tarifas e enfatizam a importância do diálogo. "Continuamos preparados para qualquer cenário, mas priorizamos a negociação e a cooperação econômica", concluiu Sheinbaum.

De acordo com a Oxford Economics, uma tarifa geral de 25% sobre as importações do Canadá para os Estados Unidos pode ter um impacto significativo nos preços das commodities. As margens de lucro dos exportadores canadenses cairiam e os preços para os norte-americanos aumentarão. A produção e o investimento canadenses também sofreriam, embora o apoio financeiro proposto pelo governo, se implementado, pude suavizar o golpe. A demanda global e norte-americana mais fraca pelo petróleo resultaria em referências mais baixas para o óleo e é improvável que a produção pelos Estados Unidos aumente em resposta às tarifas sobre as importações da commodity canadense. Espera-se que os preços da madeira subam, embora uma recuperação mais lenta do mercado imobiliário dos Estados Unidos, sobrecarregada por preços mais altos, limite a extensão em que os exportadores poderão repassar os aumentos de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.