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30/Jan/2025

Agronegócio não é culpado por inflação de alimentos

A cruzada do governo Lula contra a inflação de alimentos e em busca de medidas para frear o aumento dos preços tem incomodado o agronegócio. O desconforto recai mais sobre os discursos feitos por integrantes do governo do que pelo esforço em si para conter a pressão inflacionária. Entidades do setor produtivo afirmam que a narrativa joga "a culpa sobre o setor". Para o setor, a culpa é do dólar. A alta ante o Real (de 27% em um ano) fez os preços subirem. O setor reclama ainda da avaliação, considerada equivocada, de que os preços sobem porque o Brasil é um grande exportador de produtos agropecuários.

A exportação ajuda a balizar o preço interno e o custo de produção. No caso das carnes, o País exporta cortes dianteiros e miúdos, que ajudam a não pressionar preços de cortes consumidos no mercado interno, como o contrafilé. Além disso, o Brasil exporta apenas 25% do que produz. Interlocutores do setor de grãos a carnes, do campo à indústria afirmam que os discursos dos ministros e autoridades acerca do tema podem levar a um entendimento da população de que o setor eleva os preços dos produtos a taxas não razoáveis. Os preços dos principais produtos agrícolas são balizados no exterior.

Não é o agronegócio local que decide o quanto cobrar pelas commodities. Isso precisa ficar claro e não está claro no posicionamento do governo, criticou uma entidade de classe. Outra medida que causou descontentamento e acirrou os ânimos no setor foi a possibilidade de redução de alíquota de importação de alguns produtos. Isso passa a ideia de que o Brasil não tem alimentos suficientes, o que não é verdade. O País terá uma supersafra. Contrariada, uma ala das lideranças do setor produtivo classifica a empreitada do governo contra a inflação como "desespero".

Não existe solução ‘mágica’, mas existem ações concretas para redução do custo de produção que estão na mão do Executivo. Parte dessas lideranças afirma que a estratégia do governo nessa narrativa é "conquistar os louros" de uma eventual queda de preços, em especial das carnes. As carnes que são consumidas hoje são de bois abatidos no fim do ano com a arroba em patamares de R$ 350,00 e o dólar elevado. O preço do boi gordo já caiu para R$ 320,00 por arroba e deve se normalizar entre R$ 300,00 e R$ 310 por arroba. Nos próximos 15 dias, já deve haver reflexo do preço menor nas gôndolas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.