30/Jan/2025
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou após reunião como ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o governo não tomará medidas heterodoxas para combater a inflação de alimentos. Ações dentro do próprio Plano Safra podem ser tomadas para estimular a produção de certos alimentos com o direcionamento de taxas de juros. Essa diferenciação de taxas já acontece dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para culturas como arroz, mandioca e trigo. A ação poderia ser replicada no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Mas a ideia ainda é incipiente e será estudada.
Serão feitos, por exemplo, direcionamentos de taxas de juros, já que não há um orçamento que pode ter taxas de juros muito atrativas para todo o Plano Safra, em virtude da Selic tão alta. Será avaliado o que é importante, como arroz, feijão e hortifrutis. Isso ajuda a conter a inflação e são medidas técnicas. Uma nova reunião, mais ampla, irá acontecer novamente nesta quinta-feira (30/01), reunindo também a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Nesta quarta-feira (29/01), Fávaro afastou "pirotecnias" com as medidas. O ministro ainda citou a supersafra e a queda do dólar como fatos que irão ajudar na estabilidade econômica e de preços.
O dólar caindo, tira a pressão sobre os preços dos alimentos. E uma supersafra está chegando e os preços devem ceder. Fávaro ainda comentou que os debates no Brasil enfrentam um problema de intolerância, como aconteceu com a ideia sugerida pelo setor privado no caso do conceito de "best before". Não foi o governo que propôs, foi a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), que trouxe como uma possível medida a ser estudada. Nem ser estudada pôde, porque já foi condenada antes, afirmou o ministro. Carlos Fávaro também afirmou que eventuais reduções no imposto de importação de alimentos, se forem feitas, acontecerão pontualmente sem "afrontar" o mercado brasileiro.
A medida foi citada na semana passada entre possíveis ações de combate à inflação de alimentos. Ele citou que o governo no passado já tomou atitude nesta linha quando aprovou uma cota adicional de 250 mil toneladas para importação de trigo isento de imposto de importação para países de fora do Mercosul. Uma medida pontual, se tiver necessidade, sem afetar a produção interna, e se tiver algum produto no exterior mais competitivo, pode ser estudada. Segundo ele, não há definição sobre a redução de alíquota de importação de qualquer alimento. Na semana passada, Carlos Fávaro chegou a citar o milho como um dos produtos que poderiam ter o imposto reduzido. Nesta quarta-feira (29/01), no entanto, ele afirmou que não há nada definido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.