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29/Jan/2025

Dólar fecha em baixa pela sétima sessão seguida

O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (28/01), em queda firme e abaixo do nível de R$ 5,90 pela primeira vez desde fins de novembro, apesar do sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior, em meio à nova ameaça de "tarifaço" feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora o peso mexicano também tenha se valorizado, após o tombo de mais de 2% na segunda-feira (27/01), operadores veem a apreciação do Real ligada a fluxo de recursos para ativos domésticos, com ajustes técnicos e rebalanceamento de portfólios, dado que a moeda brasileira teria encerrado 2024 muito depreciada. A iminência de nova alta da taxa Selic em 1% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (29/01), provavelmente seguida de outra elevação de 1% em março, favorece o Real ao aumentar a atratividade do carry trade, mesmo que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) opte, como se prevê, por uma pausa no processo de corte de juros.

Segundo a Treviso Corretora, os investidores estão reavaliando suas posições, com alta dos juros no Brasil e estabilidade nos Estados Unidos, o que aumenta o spread das taxas. Além disso, o País teve arrecadação recorde em 2024 com a divulgação dos dados de dezembro, o que alivia um pouco o risco fiscal. Com mínima a R$ 5,85, o dólar fechou em queda de 0,74%, cotado a R$ 5,86, abaixo de R$ 5,90 e no menor valor desde 26 de novembro (R$ 5,80). Foi o sétimo pregão consecutivo de desvalorização da moeda norte-americana, que já acumula em janeiro perda de 5,03%, após ter subido 2,88% em dezembro e 27,34% em 2024. Com o desenlace das reuniões do Fed e do Copom já praticamente dado, a atenções dos investidores devem se voltar ao comunicado das decisões. No Brasil, o foco é a possibilidade de o Copom, na primeira reunião de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, dar alguma sinalização para sua reunião em maio, uma vez que em dezembro ele sinalizou altas de 1% em janeiro e março.

Segundo o Ouribank, o mercado costuma se antecipar as decisões de política monetária. E como a expectativa é de juro mais alto no Brasil, pode ter uma entrada de fluxo de recursos favorecendo o Real. Além disso, o início do feriado em comemoração ao Ano Novo Lunar na China reduziu o volume de negócios. No exterior, o índice DXY (referência do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes) subiu mais de 0,50%, beirando os 108,000 pontos, com ganhos maiores da moeda norte-americana em relação ao euro e ao iene. As taxas dos Treasuries apresentaram leve alta, após terem tombado na segunda-feira (27/01) com a aversão ao risco provocada pela derrocada das big techs em razão da emergência da chinesa DeepSeek, como concorrente no campo da inteligência artificial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende impor tarifas a importações globais "bem maiores" que 2,5%, sem citar países, mas com menção a indústrias de semicondutores, aço, alumínio e cobre.

O comentário veio após o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, dizer ser a favor de tarifas globais iniciais de 2,5%, que seriam elevadas gradualmente. A Associação Brasileira de Câmbio (Abracam) observa que, a despeito do repique desta terça-feira (28/01), o DXY está bem abaixo da linha dos 110 pontos do fim do ano passado, o que abriu espaço para que o dólar caísse em janeiro no Brasil, após o que considera um "overshooting" da taxa de câmbio em dezembro. Apesar de ameaça de tarifaço, Trump adotou um tom menos belicoso em relação a China e, até o momento, não impôs tarifas efetivas a parceiros comerciais dos Estados Unidos. Com um ‘Trump light’, ainda sem tarifas, abriu-se um espaço para o dólar cair, principalmente em relação ao Real, que perdeu muito em dezembro. Também porque o Brasil, que tem um comércio equilibrado com os Estados Unido, não é alvo prioritário de Trump. O quadro doméstico pode começar a ter peso maior na formação da taxa de câmbio com a volta do Congresso aos trabalhos no início de fevereiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.