29/Jan/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda-feira (27/01) que o Brasil está entre os países que cobram muitas tarifas e que querem "prejudicar" o país. "A China é um grande criador de tarifas, assim como a Índia, o Brasil e muitos outros países. Não vamos permitir que isso continue, porque vamos colocar os Estados Unidos em primeiro lugar", afirmou Trump. Donald Trump afirmou que o governo vai "colocar tarifas em países estrangeiros e em pessoas de fora que realmente nos fazem mal". No discurso, o presidente enfatizou a ideia de aumentar a taxação das importações para colocar os Estados Unidos em "primeiro lugar". "Em vez de tributar nossos cidadãos para enriquecer nações estrangeiras, devemos tarifar e tributar as nações estrangeiras para enriquecer nossos cidadãos", afirmou.
De acordo com Trump, o aumento de tarifas para países estrangeiros possibilita uma diminuição nos impostos sobre os trabalhadores e empresas estrangeiras. Assim, "um grande número de empregos e fábricas voltarão para casa", afirmou. O modelo econômico proposto por Trump também incentiva que empresas estrangeiras montem as suas unidades nos Estados Unidos a fim de evitar tarifas. "Se você quiser parar de pagar impostos ou tarifas, terá que construir sua fábrica bem aqui nos Estados Unidos", disse. Ele destacou o apoio principalmente para a indústria farmacêutica, de semicondutores e de aço. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em comparação, o Brasil é o 18º maior exportador para os Estados Unidos. Os Estados Unidos são responsáveis por 11,97% do volume exportado ao Brasil, com cerca de US$ 40,3 bilhões.
Por outro lado, o Brasil consome mais produtos norte-americanos do que exporta: o País importou R$ 40,5 bilhões em produtos dos Estados Unidos em 2024. Trata-se, portanto, de um déficit de US$ 253 milhões na balança comercial entre os dois países. Nos últimos dias, as relações entre os Estados Unidos e os países latinos ficaram mais complicadas. No fim de semana, o presidente norte-americano protagonizou uma ‘queda de braço’ com o colombiano Gustavo Petro, que negou a entrada de dois aviões com imigrantes deportados. Ameaçado de tarifas e sanções, Petro recuou e concordou em receber seus cidadãos de volta. Além disso, um voo de brasileiros ilegais que relataram maus-tratos chegou a Manaus (AM) no sábado (25/01). O Brasil repudiou o tratamento aos cidadãos brasileiros e tenta negociar condições melhores para o retorno dos seus cidadãos. O diálogo, contudo, deve ser difícil.
Donald Trump deixou claro como vê as relações com a América Latina, especificamente com o Brasil: "Eles precisam de nós. Muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles". O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar novos choques com os Estados Unidos e apostará na construção de uma "boa diplomacia" e de soluções com a nação norte-americana, mesmo após o tratamento recebido pelos brasileiros deportados. Na segunda-feira (27/01), a secretária de Assuntos Consulares do Itamaraty, embaixadora Márcia Loureiro, se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para tratar sobre o tratamento que os brasileiros receberam na repatriação. O foco brasileiro é construtivo, para evitar que incidentes como o do voo voltem a acontecer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.