28/Jan/2025

O dólar fechou esta segunda-feira (27/01) quase estável no Brasil em meio ao recuo firme dos rendimentos dos Treasuries, após a startup chinesa DeepSeek abalar o setor de inteligência artificial em todo o mundo. A moeda norte-americana fechou em leve baixa de 0,09%, cotada a R$ 5,91, a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,80. Esta foi a sexta sessão consecutiva de perdas para o dólar ante o Real, apesar de a moeda norte-americana ter ensaiado uma recuperação. Em janeiro o dólar acumula baixa de 4,31%. Após acumular baixa de 2,42% na semana passada, o dólar ensaiou uma recuperação no início da sessão desta segunda-feira (27/01) ante o Real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes no exterior. Por trás do movimento estava o receio de que o presidente Donald Trump possa adotar tarifas de importação mais elevadas na relação com alguns países.

No domingo (26/01), Estados Unidos e Colômbia evitaram por pouco uma guerra comercial, depois que o governo norte-americano afirmou que a Colômbia concordou em aceitar aeronaves militares com imigrantes deportados. Donald Trump havia ameaçado impor tarifas e sanções à Colômbia para puni-la por se recusar a aceitar voos militares que transportavam imigrantes deportados. Pouco depois da abertura, o dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,95 (+0,65%). O movimento, no entanto, não se sustentou. Principal gatilho para as negociações globais no dia, a notícia de que a startup chinesa DeepSeek lançou na semana passada um assistente de IA gratuito e de custo bem menor, na comparação com outras empresas estabelecidas no mercado, provocou uma aversão a ativos de maior risco. Papeis de empresas ligadas à IA despencaram em todo o mundo, pesando sobre índices acionários como o Nasdaq, que recuava mais de 3% na Bolsa de Nova York.

Investidores foram em busca da proteção dos Treasuries, o que fez os rendimentos dos títulos norte-americanos cederem. O dólar também cedia ante o iene e o franco suíço, consideradas moedas de proteção. No Brasil, este cenário retirou força do dólar ante o Real. Segundo a FB Capital, faria sentido algum tipo de realização, com movimento de compra de dólares. Mas isso não foi suficiente para firmar o câmbio para cima. O exterior pesou sobre as cotações do dólar no Brasil em um contexto de excesso de depreciação do Real no final do ano passado. Como a moeda brasileira foi a que mais se desvalorizou, também é a que primeiro se recupera agora. O dólar marcou a mínima de R$ 5,90 (-0,30%), para depois encerrar mais perto da estabilidade. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,28%, a 107,370. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.