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27/Jan/2025

Dólar tem maior baixa semanal desde agosto/2024

O dólar emplacou a quinta queda diária consecutiva no Brasil, encerrando a sexta-feira (24/01) com o maior recuo semanal desde agosto do ano passado, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar a possibilidade de um acordo comercial com a China. A moeda norte-americana fechou em leve baixa de 0,12%, a R$ 5,91, a menor cotação desde 27 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,91. Na semana passada, o dólar acumulou baixa de 2,42%, o maior recuo para o período desde a semana encerrada em 9 de agosto de 2024, quando cedeu 3,43% em cinco dias úteis. O dólar despencou ante o Real já no início da sessão, após Donald Trump ter afirmado em entrevista à Fox News, na quinta-feira (23/01), que a conversa na semana passada com o presidente da China, Xi Jinping, foi amigável e que ele acredita que pode chegar a um acordo comercial com o gigante asiático.

A entrevista ampliou a percepção nos mercados globais de que Trump poderá ser bem mais moderado em sua relação com parceiros comerciais, como a China, do que o sugerido em seus discursos de campanha. Segundo a Correparti Corretora, agora é o Trump ‘bonzinho’. Ele resolveu que quer negociar com a China, que não quer impor tarifas de importação, e a China respondeu positivamente a isso. Em função disso, o dólar está se desvalorizando no Brasil e no exterior. Após marcar a cotação de R$ 5,92 (-0,01%), na abertura do mercado, o dólar à vista atingiu a mínima de R$ 5,86 (-0,97%). Até o fim da sessão, porém, a moeda recuperou força e quase zerou as perdas. A disparada do dólar no fim de 2024, na esteira das preocupações com as tarifas norte-americanas e com o equilíbrio fiscal brasileiro, havia deixado certa “gordura” nos preços.

Com o cenário externo mais favorável e o noticiário fiscal congelado no Brasil, em função do recesso do Congresso, parte dos prêmios de risco vem sendo retirada das cotações. R$ 6,00 para cima é exagerado. Então, isso em algum momento, com notícias positivas, iria cair. O desafio agora para os agentes do mercado é tentar entender se o movimento tem fôlego para colocar o dólar em cotações ainda mais baixas, de forma sustentável. Segundo a Manchester Investimentos, o dólar não deve cair para R$ 5,50. Este é um momento para aproveitar, até porque, quando se voltar a discutir as questões fiscais, pode estressar as cotações. Por enquanto a preocupação da vez no governo é com os preços dos alimentos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,11% em janeiro, contra alta de 0,34% em dezembro.

Oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta nos preços, sendo que a maior influência foi exercida pelo avanço de 1,06% do grupo Alimentação e bebidas. Na sexta-feira (24/01), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo poderá alterar alíquotas de importação de produtos que estiverem com preços mais altos no Brasil do que no mercado internacional, para baratear o custo dos alimentos. Ele também garantiu que não serão adotadas medidas heterodoxas para controlar a inflação de alimentos, como congelamento de preços ou tabelamento. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,65%, a 107,440. O Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.