27/Jan/2025
Em meio à pressão inflacionária que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar reunião ministerial para discutir preços dos alimentos, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) defendeu que o setor tem contribuído para a contenção dos valores por meio do aumento consistente da produtividade e oferta nas últimas duas décadas. Os alimentos acumularam alta de 8,23% em 2024, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pressionando o orçamento das famílias e levando o governo a buscar medidas emergenciais. A cúpula do Palácio do Planalto tenta evitar sinalizações de novos gastos nas discussões, após o recuo de uma proposta de R$ 1,2 bilhão para criar uma rede de "abastecimento popular".
A participação da alimentação no orçamento familiar médio caiu de 25% a 30% há duas décadas para 15% a 20%. A entidade atribui essa redução aos ganhos de produtividade no campo por intermédio da adoção de tecnologias, agricultura de precisão e sementes mais eficientes. O agro brasileiro tem sido eficiente em manter uma oferta constante de alimentos essenciais a menores custos que o resto do mundo, o que ajuda a controlar a inflação neste segmento. No entanto, é necessário considerar fatores como clima e políticas públicas que podem prejudicar essa dinâmica.
Para ilustrar o avanço da produção, a Abag citou que a safra de grãos deve atingir 322,6 milhões de toneladas em 2025, quase o triplo das 112,7 milhões registradas em 2005. Este crescimento da produção agrícola local facilita o acesso aos alimentos em grandes cidades e regiões periféricas, contribuindo para a segurança alimentar. A manifestação ocorre no momento em que o presidente Lula reúne os ministros e outros integrantes do primeiro escalão para discutir medidas de contenção dos preços dos alimentos. A hipótese mais madura até o momento seria a portabilidade do vale alimentação/refeição, mencionada publicamente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.