24/Jan/2025
O mercado de câmbio brasileiro deu continuidade nesta quinta-feira (23/01) ao movimento recente de retirada de prêmios de risco das cotações, o que fez o dólar fechar em queda e se reaproximar dos R$ 5,90, ajudado ainda pela perda de força da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou em queda de 0,35%, a R$ 5,92, a menor cotação desde 27 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,91. Em janeiro, o dólar acumula baixa de 4,10%. Após ter encerrado a quarta-feira (22/01) abaixo dos R$ 6,00 pela primeira vez em 2025, o dólar ensaiou uma recuperação no início desta quinta-feira (23/01), em meio à incerteza nos mercados globais sobre as tarifas de importação a serem adotadas pelos Estados Unidos no novo governo de Donald Trump. Na máxima da sessão, o dólar foi cotado a R$ 5,97 (+0,43%). Mas, o dólar foi perdendo força ante o Real, com parte dos investidores dando continuidade à retirada de prêmios de risco vista na véspera.
Segundo a Western Asset, o que tem acontecido mais recentemente é um pouco de alívio dos prêmios que vêm desde a eleição de Donald Trump, principalmente por conta da questão de tarifas. Trump sugere que vai fazer mudanças, mas ainda não explicitou. Vai ter mais tarifas, mas a questão é saber o quanto e quando. Comentários de Donald Trump em evento do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, contribuíram para suavizar as taxas de juros no mercado norte-americano de títulos e fizeram o dólar perder força ante outras divisas, incluindo o Real. Trump afirmou que as empresas globais devem fabricar produtos nos Estados Unidos, caso queiram evitar tarifas, mas não anunciou medidas concretas ou fez novas ameaças específicas. Na prática, o discurso manteve a avaliação de que, por enquanto, nada muda em matéria de tarifas. Sem medidas tarifárias concretas, o mercado, que estava pronto para comprar moeda com o discurso de Trump, demonstrou certo alívio com o discurso considerado “ameno”.
Em reação, a moeda norte-americana perdeu força ante várias divisas no exterior e o dólar chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,90 no Brasil. Após a fala de Trump, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,87 (-1,22%). No mercado, uma avaliação recorrente é a de que o dólar terá dificuldades para atingir cotações ainda mais baixas ante o Real, de forma sustentável, em função da questão tarifária nos Estados Unidos e da desconfiança em relação à política fiscal do governo Lula. Sobre o Brasil, profissionais têm lembrado que o recesso parlamentar termina em fevereiro e que o equilíbrio fiscal segue como o principal desafio. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,24%, a 108,010. O Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.