24/Jan/2025
Embora a expectativa do mercado seja de uma supersafra de soja para 2025, o que deve contribuir para um alívio nos preços agropecuários no atacado, as carnes e o café, que ainda devem seguir pressionados, devem barrar uma desaceleração mais expressiva para os preços agropecuários ao produtor em 2025. A perspectiva de uma carne mais cara é sustentada pelo ciclo pecuário atual do boi gordo, além dos efeitos climáticos e depreciação do câmbio, que marcaram o fim de 2024. Adicionalmente, a expectativa de um aumento das exportações brasileiras deve ser mais um vetor de pressão. Por consequência, o aumento da carne bovina contamina os preços de proteínas alternativas, como carne de frango, carne suína e ovos. Segundo a LCA 4intelligence, a carne vai ficar cara e isso vai ter efeitos políticos. Vai ficar cara também em 2026 e 2027.
A previsão é de alta de 17% do boi gordo na ponta e de mais de 35% na média anual em 2025. As carnes no atacado acumularam alta de 37,40% em 2024, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Embora a expectativa seja de uma supersafra de soja para este ano, o viés para os preços no atacado é de alta. Adicionado a esse fator, a dinâmica atual das carnes exclui a possibilidade de uma queda nos agropecuários neste ano, que deve fechar em 4,7%, mais moderado que a alta de 15,20% em 2024. O cenário de proteínas para esse ano vai estar bem apertado. A FGV também descarta uma queda dos preços agropecuários neste ano, e lembra do cenário de dólar pressionado e dos repasses que foram adiados pela demanda de alguns setores, como o cafeeiro.
Só em 2024, o café em grão no atacado encerrou o ano com avanço de 120,40%. O café possui um peso grande no IPA-Agro, a tendência é que ele continue pressionando a inflação em 2025, mesmo que em um nível menor. Além disso, o grupo de carnes deve se manter em alta e firmar a pressão no IPA em 2025. Em menor medida, o IPA-Agro também pode contribuir para compreender a dinâmica da alimentação no domicílio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As proteínas são um ponto de pressão importante no ano. A estimativa é que as carnes registrem elevação ainda na casa dos dois dígitos no IPCA em 2025, de 16,4%, após o avanço de 20,84% em 2024. A alimentação no domicílio deve passar de 8,23% para 8,2%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.