23/Jan/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a promessa de elevação de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve aumentar as restrições para as exportações brasileiras não apenas de produtos siderúrgicos, mas possivelmente também de sucos e de carnes. Nesse cenário, além de produtos de siderurgia, lobbies protecionistas podem demandar restrições para sucos e carne. No caso de petróleo, não é claro se a promessa de aumentar a exploração do petróleo no território dos Estados Unidos será acompanhada de restrições, pois o preço aumentaria.
A imprevisibilidade de Donald Trump cria um cenário desfavorável para as transações comerciais. No ano passado, as principais commodities brasileiras exportadas para os Estados Unidos foram: o petróleo bruto (participação de 14% no total das exportações brasileiras para o país); semimanufaturados de ferro ou aço (8,8%); café (4,7%); óleos combustíveis (4,3%); celulose (4,2%); ferro gusa (4,4%); sucos (3%) e carne (2,3%). O governo Trump ainda não anunciou o pacote de tarifas de importações, mas uma elevação tem potencial para pressionar a inflação e valorizar o dólar.
Para o Brasil, um eventual tarifaço norte-americano poderia trazer mais dificuldades para o controle da inflação e da desvalorização do Real ante o dólar. Quanto à China, é preciso esperar para observar quais serão as medidas protecionistas que além de tarifas devem incluir restrições às empresas. A balança comercial brasileira encerrou o ano de 2024 com um superávit de US$ 74,6 bilhões, ante um saldo positivo de US$ 98,9 bilhões em 2023. O superávit mais brando foi resultado de um recuo de 0,8% no valor exportado acompanhado de um aumento de 9,0% no valor importado. O volume exportado cresceu 2,8% em 2024 ante 2023, enquanto os preços caíram 3,4%.
O volume importado aumentou 15,8% em 2024 ante 2023, enquanto os preços encolheram 5,8%. Na passagem de 2023 para 2024, o volume exportado pela indústria extrativa cresceu 6,8%, o da indústria da transformação avançou 3,2%, e o da agropecuária caiu 1,4%. O volume importado da agropecuária cresceu 31,6% em 2024, o da indústria de transformação aumentou 16,3%, e o das extrativas expandiu 5,9%. O aumento no volume importado de máquinas e equipamentos e de bens intermediários na indústria de transformação comparado com os resultados para a agropecuária atesta a melhora do desempenho da indústria em 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.