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22/Jan/2025

Economia Circular: Agro, embalagens e eletrônicos

Uma das principais lideranças em prol da economia circular no mundo e cotada para integrar o Fórum Nacional de Economia Circular, que está sendo formatado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Fundação Ellen MacArthur vê alguns setores como prioritários para que a pauta avance. Nesse grupo estão os segmentos do agronegócio, de alimentos, de embalagens e de eletrônicos. São setores em que a produção provoca relevante impacto ambiental e, por isso mesmo, garantiriam importantes efeitos positivos se aderirem à agenda circular. Os danos ao meio ambiente, seja pela geração de resíduos, pelo consumo de recursos naturais ou pela emissão de gases de efeito estufa, podem ser reduzidos pelo compromisso das empresas que atuam no segmento. Não se trata apenas de minimizar o impacto ambiental, mas de repensar completamente como se projeta, produz e consome bens e serviços. A participação de grandes empresas em iniciativas globais, como o Tratado Global Contra a Poluição Plástica da ONU, é crucial para reduzir o impacto ambiental do plástico e promover práticas mais sustentáveis.

Nesse contexto, a Fundação Ellen MacArthur destaca a importância de abordar a questão da poluição plástica dentro da economia circular, promovendo a eliminação de plásticos desnecessários, a reciclagem dos necessários e a inovação em modelos de negócios sustentáveis. Mudanças devem ser acompanhadas por iniciativas de entidades internacionais e contar com apoio de empresas de abrangência global. É um grande movimento com mais de mil empresas, que definem o compromisso de redução da geração de poluição plástica. O acordo prevê que as empresas se comprometam a substituir embalagens de uso único pelas reutilizáveis. Entre empresas citadas como participantes desse compromisso estão a Pepsi, Nestlé, Coca-Cola e Natura. Cerca de 20% do plástico que vira poluição no mundo vem desse grupo. No entanto, o plástico não é o vilão. Caso encaixado na agenda circular suas maiores qualidades, a durabilidade e o baixo custo, são potencializadas. Nós fomos treinados para pensar de forma linear.

É preciso redesenhar a maneira como fazer as coisas, desde a concepção dos produtos até a forma como são consumidos. O Instituto Brasileiro de Economia Circular (IBEC) ressalta a importância de apoiar a transição de modelo de produção no País. É importante entender que não se trata apenas de tecnologia, desenvolvimento e design, mas de um novo arranjo geopolítico que envolve investimento e mudança de comportamento. É preciso que haja um compromisso coletivo para capacitar empresas e acelerar essa transição. Uma nova cultura de negócios, compromisso e uma visão de longo prazo para redefinir papéis e responsabilidades. As práticas sustentáveis e a economia circular são vistas como estratégias cruciais para a competitividade e lucratividade das empresas, segundo a PUC-Campinas. Ressalta-se a eficiência e a redução de desperdícios que a sustentabilidade pode trazer aos processos empresariais. A economia circular cria uma gestão mais inteligente dos recursos e, quando aplicada corretamente, contribui tanto para a redução de custos quanto para a inovação empresarial.

Este modelo busca substituir a economia linear, que não recicla ou reutiliza recursos naturais, levando a um consumismo excessivo e grande quantidade de descarte. Uma empresa de referência em iniciativas de economia circular é a Natura. Em 2023, a empresa alcançou a marca de 86,2% de embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis, superando em 82,3% os números registrados no ano anterior. Além disso, incorporou 21,8% de plástico reciclado pós-consumo nas embalagens da marca Natura, o que, segundo dados da própria empresa, evitou a emissão de mais de 3 mil toneladas de gases de efeito estufa. Essas ações estão alinhadas à meta de garantir que 100% das embalagens sejam sustentáveis até 2030. Também é destaque o Programa Natura Elos, criado em 2017, que fortalece cadeias de reciclagem e promove a capacitação de cooperativas de catadores. No último ano, o projeto envolveu 3.091 catadores e recuperou 18.522 toneladas de materiais pós-consumo, com investimento de R$ 803,5 mil em infraestrutura e parcerias estratégicas. Iniciativas como o Rios Vivos, que mobiliza comunidades ribeirinhas no Amazonas e no Pará para coletar resíduos plásticos, já impediram o descarte de 39,5 toneladas de lixo em rios e oceanos.

Outra empresa com iniciativas de economia circular é a JBS, que por meio de seu braço JBS Ambiental, desenvolve projetos e soluções de reciclagem e resíduos plásticos. A companhia afirma que reciclou 3 mil toneladas de plástico em 2023, ação capaz de gerar 6 mil toneladas de matérias-primas e novos produtos. Do total de material plástico reciclado na última década, 35% foram destinados para insumos industriais e 65% foram destinados para a produção de produtos plásticos, como embalagens, pisos, gaiolas e paletes. Com isso, além de contribuir com o meio ambiente, a JBS ajuda a mitigar o impacto industrial ao promover a economia circular e produzir novos produtos a partir de plástico reciclado. Sobre a origem do plástico reciclado, a JBS diz que 80% de todo o material vem de das operações nas suas unidades de negócio, como Friboi, Seara, Swift, Couros e Novos Negócios. Atualmente, a JBS Ambiental opera 23 unidades no Brasil, com foco no gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos pós-industriais recicláveis e não recicláveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.