22/Jan/2025
O presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende impor tarifas sobre produtos do Canadá e do México no dia 1º de fevereiro. Ele citou a possibilidade de aplicar tarifas de 25%, mas disse que a alíquota ainda será definida. O presidente não citou quais produtos seriam taxados. "Se você quer evitar tarifas, tudo o que você precisa fazer é construir sua fábrica nos Estados Unidos”, afirmou Trump, que acrescentou que deseja que muitos trabalhadores estrangeiros continuem indo para o país, desde que de forma legal. Donald Trump afirmou que os Estados Unidos, muito provavelmente, irão parar de comprar petróleo da Venezuela. Trump também afirmou que a América Latina é dependente dos Estados Unidos e que a relação de seu país com a região, inclusive com o Brasil, é “excelente”.
De acordo com o New York Times, Donald Trump determinou que as agências federais começassem a estudar uma lista de produtos, o que pode resultar em novas taxas nos próximos meses. Donald Trump pediu atenção especial aos déficits comerciais e acordos assinados com a China, Canadá e México. Um dos alvos do novo presidente é uma isenção fiscal específica que vale para produtos de baixo valor. A brecha permitiu, na visão de Trump, que os Estados Unidos fossem inundados por mercadorias chinesas sem taxação. O novo presidente e sua equipe desenham um novo formato de tarifas que pode incluir uma taxação universal para produtos de todo o mundo, uma tarifa mais alta sobre a China e medidas específicas para atingir México e Canadá.
Para analistas, o Brasil precisa melhorar seu ambiente interno de negócios e diversificar a pauta exportadora e os parceiros comerciais para depender menos dos Estados Unidos. Ao falar dos Brics, grupo de nações emergentes que inclui o Brasil, Donald Trump disse que os países-membros estavam tentando “dar a volta” nos Estados Unidos. Para ele, os países do Brics estão procurando prejudicar os Estados Unidos, e se fizerem isso, “não ficarão felizes com o que vai acontecer”, disse Trump, que considera que os Estados Unidos não possuem “bons acordos” com a maioria dessas nações e têm um déficit com quase todos. Em relação especificamente à China, Donald Trump lembrou que, em seu primeiro mandato, impôs grandes tarifas aos produtos do país, especialmente no aço, o que ajudou a manter empresas de siderurgia funcionando nos Estados Unidos.
A Moody 's Analytics afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve impor neste ano tarifas de 10% a bens importados do México e de 5% a produtos do Brasil. Como contrapartida, os dois países devem adotar represálias semelhantes a importados dos Estados Unidos, que seriam de 10% pelo México e 5% pelo Brasil. As tarifas de importados impostas pelo governo dos Estados Unidos ao México e Brasil devem impor pressões de desvalorização das moedas dos dois países da América Latina. Neste contexto, o Brasil deve desacelerar o crescimento da economia em 2025, quando deve expandir 2,0%, devido ao impacto às suas exportações de tarifas adotadas pelos Estados Unidos e pela desaceleração do crescimento da China provocada pelas tarifas impostas pelo governo norte-americano. As tarifas a importados do México impostas pelo governo Trump devem desacelerar o crescimento do país de 1,5% em 2024 para 0,6% em 2025.
Membros do governo do Canadá e líderes empresariais do país pareciam aliviados quando ficou claro que a nova administração de Donald Trump não iria impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses no primeiro dia de mandato. A ansiedade, porém, retornou depois que Trump disse que poderá impor tarifas sobre importações vindas do Canadá e México a partir do dia 1º de fevereiro. Para o ministro das Finanças do Canadá, Dominic LeBlanc, Donald Trump é imprevisível, mas o Canadá está absolutamente pronto para responder. LeBlanc acrescentou que o Canadá está disposto a abordar as preocupações de Trump sobre imigrantes e drogas que entram nos Estados Unidos pela fronteira norte, uma das justificativas citadas por Trump para impor as tarifas. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu responder a eventuais tarifas a produtos canadenses impostas pelo presidente dos Estados Unidos. Trudeau evitou descartar opções para possíveis medidas de retaliação. "Tudo está sobre a mesa", afirmou.
Apesar disso, o premiê disse que mantém conversas regulares com Donald Trump e que pretende seguir tendo esses contatos. O foco do Canadá é evitar tarifas. Os comentários acontecem após Trump ter dito que estuda impor tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país manterá firmemente seus interesses nacionais após declarações sobre sanções feitas pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Ao mesmo tempo, é necessário que autoridades importantes da China e dos Estados Unidos mantenham contato de maneira apropriada. Apesar das diferenças e fricções, os dois países desfrutam de interesses comuns e espaço para cooperação. As duas partes podem fortalecer o diálogo e a coordenação com esse objetivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.