21/Jan/2025
Segundo o Insper Agro Global, o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos exigirá do Brasil uma posição neutra diante da potencial escalada do conflito comercial do país com a China. A China é a grande compradora de produtos do agronegócio brasileiro. Os Estados Unidos, por sua vez, têm uma presença relevante com empresas instaladas no Brasil. Nesse embate, o Brasil deve se manter distante, preservando os seus mercados. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil é “solução”, e não “problema” para os Estados Unidos em termos comerciais. Ele avalia que existe espaço para o fortalecimento do comércio entre as duas partes, mesmo com a volta de Donald Trump à Casa Branca.
No mês passado, o republicano havia dito que o Brasil é um dos países que “cobram muito” dos Estados Unidos. O crescimento do fluxo de comércio entre as duas partes está batendo recorde. No ano passado, chegou a quase 80 bilhões de dólares, e é superavitária para os Estados Unidos. O Brasil compra mais do que vendemos para os Estados Unidos. Os Estados Unidos são o maior investidor do Brasil, é uma amizade que tem 200 anos. É um ganha-ganha, afirmou Alckmin. Segundo o vice-presidente, a relação comercial tem oportunidades em áreas como inteligência artificial, energia renovável, minerais críticos, infraestrutura, tecnologia da informação e semicondutores.
Além disso, Alckmin destaca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um “homem de diálogo” e que já governou com um republicano na Casa Branca, George W. Bush, com quem teve uma boa relação. É preciso separar relações de Estado das questões partidárias. Então, o governo brasileiro vai trabalhar para fortalecer a relação. Alckmin também afirmou que o Brasil não tem um imposto de importação tão elevado e que o MDIC é cauteloso na questão tarifária, em um cenário de preocupação dos países do mundo inteiro em defender as suas empresas e os seus empregos. Sobre possíveis impactos no comércio brasileiro em meio ao novo governo Donald Trump, o vice-presidente avalia que é preciso aguardar a posse para ver o que efetivamente vai ocorrer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.