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21/Jan/2025

EUA não vai impor tarifas comerciais de imediato

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está planejando emitir um amplo memorando que orienta as agências federais a estudarem as políticas comerciais e avaliar as relações comerciais dos Estados Unidos com a China e os vizinhos continentais da América. O documento não vai impor novas tarifas em seu primeiro dia no cargo, como muitos parceiros comerciais temiam. O memorando é um esforço para expor uma visão para a agenda comercial de Trump "de forma comedida", sugerindo que o novo presidente está, pelo menos por enquanto, adotando uma abordagem mais deliberativa para a questão tarifária que impulsionou sua campanha política.

O memorando fornece um modelo para mais ações executivas que Donald Trump pode tomar sobre o comércio. O memorando presidencial orienta as agências federais a investigarem e remediar déficits comerciais persistentes e abordar políticas comerciais e cambiais injustas de outras nações, destacando a China, o Canadá e o México para análise. O documento diz que as agências precisam avaliar a conformidade da China com seu acordo comercial de 2020 com os Estados Unidos, bem como o status do Acordo EUA-México-Canadá, ou USMCA, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte atualizado de Trump, cuja revisão é prevista em 2026.

Mas, o memorando não impõe, por si só, nenhuma nova tarifa, um alívio momentâneo para capitais estrangeiros se preparando para que Donald Trump imponha imediatamente impostos rígidos. Em vez disso, o memorando de política comercial é uma indicação dos debates que ainda agitam o novo governo sobre como cumprir as promessas de campanha de Trump de tarifas generalizadas sobre importações e taxas mais altas para adversários como a China.

Durante discurso de posse nesta segunda-feira (20/01), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou a promessa de implementar uma ampla reforma do sistema de comércio internacional. Ele repetiu que pretende impor tarifas a países estrangeiros com o objetivo de "enriquecer os norte-americanos". Trump também confirmou plano de criar um Serviço de Receita Externa, órgão análogo à Receita Federal que buscará coletar os tributos cobrados sobre as importações. Segundo ele, a iniciativa trará "grande quantidade de dinheiros" para o Tesouro norte-americano a partir de fontes estrangeiras.

A G5 Partners avalia que os mercados reagiram positivamente ao discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido às falas ‘en passant’ sobre a implementação das tarifas comerciais a outros países. Ele não foi tão explícito em relação a isso, como foi, por exemplo, em relação à imigração. No discurso, não houve referência ao Canadá, o que era muito aguardado, uma vez que Trump fala frequentemente sobre taxar o país. Com isso, o mercado terá a leitura de que Scott Bessent, que vai ser o secretário de Tesouro, parece ter conseguido vencer essa batalha interna, fazendo com que a colocação de tarifas seja feita de forma faseada e ao longo do tempo.

O discurso de tarifação sobre produtos chineses é uma forma de conseguir algo em troca da China. Donald Trump quer que a China volte a comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos. No primeiro mandato, Trump aumentou as tarifas de produtos chineses e a China retaliou diminuindo expressivamente a compra de produtos agrícolas norte-americanos. Isso beneficiou o Brasil. O maior risco para a economia brasileira é uma ‘lose-lose situation’, caso a China aumente a compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos ou comece uma guerra comercial.

Se a China se acomodar e fizer o que Donald Trump quer, haverá uma redução expressiva das exportações de grãos, que é basicamente o que o Brasil exporta ao país asiático. Quanto às falas de Trump sobre o Canal do Panamá, o foco de interesse é conseguir com que os navios norte-americanos tenham preferência ou uma taxação menor para cruzar o canal. Além disso, Donald Trump busca minimizar o impacto da elevação do custo dos produtos importados, diminuindo, assim, o custo do frete. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.