20/Jan/2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) divulgado na sexta-feira (17/01), elevou a previsão para o desempenho da economia global este ano e manteve o prognóstico para 2026. O FMI elevou de 3,2% no relatório anterior, divulgado em outubro, para 3,3% a projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2025. Para 2026, a projeção é de mesmo ritmo de crescimento de 3,3%, nível similar ao de outubro. O dinamismo global projetado, contudo, segue abaixo da média histórica vista entre 2000 e 2019, que foi de 3,7%. As alterações marginais nos prognósticos refletem, principalmente, uma revisão em alta das projeções para Estados Unidos que compensou ajustes em outras grandes economias. A confiança e o sentimento positivo na economia norte-americana, em parte impulsionados pela desregulamentação, poderão impulsionar tanto a procura como a oferta da economia.
Enquanto o relaxamento da excessivamente apertada regulamentação e a redução da burocracia para as empresas possam estimular o crescimento nos Estados Unidos no curto prazo através de maiores investimento, a valorização do dólar poderá alimentar riscos de saída de capitais dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento e aumentar os prêmios de risco. Em relação aos Estados Unidos, a demanda subjacente permanece robusta, refletindo fortes efeitos da riqueza, enquanto uma política monetária menos restritiva e condições financeiras favoráveis devem ajudar a dinamizar a economia. A expectativa é de que os Estados Unidos cresçam 2,7% em 2025, 0,5% acima do projetado em outubro (2,2%), em parte refletindo a transferência de ímpeto da economia de 2024, bem como mercados de trabalho robustos e aceleração do investimento. Em 2026, o crescimento deve ser de 2,1%. Mesmo assim, a taxa foi ajustada em alta ante o prognóstico anterior de 2%.
Para a zona do euro, a previsão é pessimista, reverberando prognósticos menos animadores para o dinamismo das principais economias da região: Alemanha e França. A projeção para o PIB da zona do euro em 2025 foi cortada de 1,2% para 1%. Espera-se que o aumento dos salários reais dê suporte ao consumo, enquanto o afrouxamento gradual da política monetária deve apoiar o investimento. Para o ano de 2026, o prognóstico passou de 1,5% para 1,4%. Um forte impacto para o desempenho do bloco econômico deve vir da Alemanha. O relatório reduziu a projeção para o PIB alemão de 0,8% para apenas 0,3% em 2025. Para 2026, a maior economia da região deve crescer 1,1%, abaixo do 1,4% projetado anteriormente.
Em 2024, o desempenho da Alemanha, estimado em -0,3%, ficou aquém do de outros países da área do euro, refletindo em grande medida a continuação da fraqueza na indústria transformadora e nas exportações de bens, apesar de o consumo ter aumentado em linha com a recuperação dos rendimentos reais. Para a França e Itália também houve corte nos prognósticos do ritmo econômico em 2025 e 2026. Quanto a Espanha, o cenário é mais otimista para este ano. A economia do Reino Unido deve manter um ritmo econômico acima do observado na Alemanha. A projeção é de expansão de 1,6% em 2025, 0,1% acima da estimativa contida no relatório de outubro, e de 1,5% em 2026, inalterado ante a estimativa anterior. Para o Japão, as projeções para o PIB se mantêm inalteradas, em 1,1% em 2025 e 0,8% em 2026.
Para América Latina e Caribe, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se mantém em 2,5% para 2025, indicando uma leve aceleração econômica no período, apesar da esperada desaceleração nas maiores economias da região. Para 2024, o FMI estima que a região tenha registrado expansão de 2,4%. Em 2026, a instituição projeta um leve avanço, com o PIB regional crescendo 2,7%. Porém, focos de inflação elevada persistem em algumas economias de mercado emergentes e em desenvolvimento na Europa e América Latina. Para a Argentina, a projeção é de crescimento robusto de 5% ao ano em 2025 e 2026. A estimativa para 2026 foi revisada para cima, com alta de 0,3% em relação ao relatório de outubro. No entanto, a estimativa de 2024 é que o PIB argentino apresente forte retração de -2,8%. No caso do México, a projeção de crescimento para 2025 é de 1,4%, uma revisão positiva de 0,1% em relação ao relatório anterior. A economia deve avançar 2,0% em 2026, mesma estimativa de outubro. Para 2024, a previsão de crescimento é de 1,8%.
Quanto à China, a previsão para o desempenho da economia foi elevada. A projeção para a expansão da economia chinesa em 2025 passou de 4,5% no relatório de outubro para 4,6% agora. Esta revisão refletiu a transferência de ímpeto (carryover) de 2024 e o pacote fiscal anunciado em novembro/2024, que compensam, em grande parte, o efeito negativo sobre o investimento devido ao aumento da incerteza da política comercial e do mercado imobiliário. Para 2026, a estimativa de crescimento da China passou de 4,1% para 4,5%, à medida que os efeitos da incerteza com política comercial devem se dissipar. O aumento da idade de reforma da previdência também deve abrandar o declínio da oferta no mercado de trabalho. Em relação à Índia, os prognósticos de expansão da economia foram mantidos em 6,5% para o ano fiscal iniciado em abril de 2025 e igual mês de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.