08/Jan/2025
Após oscilar abaixo dos R$ 6,10 em vários momentos da sessão, com investidores reduzindo excessos nos preços e reagindo a falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o dólar praticamente zerou as perdas na reta final desta terça-feira (07/01) e fechou perto da estabilidade. O dólar fechou em leve baixa de 0,14%, a R$ 6,10. No início da sessão, a moeda norte-americana ainda repercutiu notícia, publicada na véspera pelo Washington Post, de que o governo de Donald Trump pode adotar tarifas de importação não tão elevadas nos Estados Unidos. Se confirmado, isso pode se traduzir em inflação não tão pressionada nos Estados Unidos, juros não tão altos e um dólar mais fraco ante divisas de exportadores de commodities. Além do fator externo, no Brasil os mercados de câmbio e de juros futuros seguiram passando por um processo de redução de prêmios nesta terça-feira (07/01), após a pressão vista no fim de 2024.
Segundo a CMS Invest, ao avaliar o avanço firme do dólar nas últimas semanas do ano passado, o fechamento de 2024 acabou pressionando mais a moeda, porque tem muita empresa fechando balanço, fechando hedge (proteção) para 2025. Mas, 2025 é um novo ano, e somado a isso há uma mudança de posicionamento do governo sobre o fiscal. Desde o fim de 2024, o governo Lula tem procurado reforçar o compromisso com a redução de gastos. Nesta terça-feira (07/01), em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acrescentando que novas iniciativas para sanear as contas públicas seguem sendo estudadas. Haddad afirmou ainda que houve uma reação exagerada do mercado com a alta recente do dólar, acrescentando que espera uma acomodação do câmbio. Hoje, o dólar está valorizado no mundo inteiro, e os efeitos serão sentidos no Brasil, embora tenha havido um exagero do mercado em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior, disse o ministro.
Para a CMS Invest, não houve qualquer mudança conjuntural neste início de 2025, mas a perspectiva começa a ficar um pouco mais positiva. Não à toa a curva de juros tem caído e a bolsa tem apresentado crescimento. O dólar apresentou recuo ante o Real até o meio da tarde desta terça-feira (07/01). Na reta final, porém, o dólar recuperou força no Brasil e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) migraram para o positivo, com alguns agentes realizando lucros após a queda recente das cotações. Assim, o dólar marcou a máxima de R$ 6,11 (+0,09%), logo após a abertura, e atingiu a mínima de R$ 6,05 (-0,99%) no início da tarde. No fim da tarde, às 16h25, ficou novamente muito próximo do pico, aos R$ 6,11 (+0,08%). No exterior, às 17h10, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,25%, a 108,580. O Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.