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08/Jan/2025

Exportações do Agronegócio devem crescer em 2025

O agronegócio brasileiro deve ter neste ano um cenário mais favorável para as exportações do setor em comparação com o ano passado. A supersafra de grãos, prevista em recorde de 322,53 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e o câmbio firme tendem a impulsionar as vendas externas dos produtos do agro nacional em volume e valor nominal, respectivamente. Do lado da receita gerada com as exportações agropecuárias, a previsão de preços das commodities dentro da média corrobora a perspectiva de uma maior contribuição do setor à balança comercial nacional. As projeções de analistas de mercado apontam para aumento de cerca de 5% nas exportações do setor, impulsionadas sobretudo pela maior produção de grãos. Em termos de participação, o agronegócio deve manter uma fatia de 50% na pauta exportadora nacional. Segundo a consultoria MB Agro, o aumento será puxado mais por volume e câmbio que por preços e, principalmente, por vendas externas de soja e milho.

As previsões de mercado sinalizam para aumento de 1,8% no volume embarcado de carne bovina em 2025 e de aproximadamente 10 milhões de toneladas considerando embarques de soja, milho e farelo de soja. No ano que passou, as exportações de produtos agropecuários recuaram 11% em valor, para US$ 72,5 bilhões, e registraram aumento marginal de 0,7% em volume, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (06/01) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A agropecuária respondeu por 21,5% das exportações totais do País no ano. Em 2024, o petróleo ultrapassou a soja em valor exportado e se tornou o principal produto vendido ao exterior pelo País, refletindo a quebra na produção na temporada anterior. Sozinha, a soja fechou o ano com participação de 12,7% nas exportações totais do País, ante 15,7% de um ano antes. Números consolidados do Ministério da Agricultura, até novembro, apontam para queda de 0,3% na exportação do agronegócio brasileiro, somando US$ 152,63 bilhões, o segundo melhor desempenho já registrado na série histórica.

Os números do MDIC e da Agricultura divergem porque o MDIC considera produtos, como açúcar, carnes, farelo de soja, carne de frango, café, como pertencentes à indústria da transformação, e não à agropecuária, enquanto o Ministério da Agricultura inclui estes alimentos dentro da pauta do agronegócio. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta valor de US$ 166 bilhões de exportações de produtos do agro no acumulado de 2024. Os dados consolidados de 2024 do Ministério da Agricultura devem ser divulgados na próxima semana. Para este ano, o governo espera uma pauta exportadora de alimentos brasileiros muito robusta. Haverá mais soja e milho para exportar. O comércio internacional de produtos agropecuários brasileiros deve ser beneficiado também neste ano pela maior diversificação da pauta, com crescimento superior das cadeias menos exportadas em relação aos produtos tradicionalmente exportados, conforme o secretário de Comércio e Relações Internacionais da Agricultura, Luis Rua.

A perspectiva é muito positiva com grande safra de grãos, proteínas em trajetória de aumento nas vendas externas, café com preços históricos, suco de laranja e produtos florestais com bom desempenho e intensificação da promoção comercial para outros produtos da cadeia. Com as boas perspectivas de safra para 2025, a continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas, a expectativa é alcançar ainda mais avanços qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro. A Tendências Consultoria estima um aumento de pelo menos 2% nas exportações totais do País neste ano e de pelo menos 5% nas vendas externas de produtos do agronegócio, em estimativas preliminares com viés de alta. O câmbio forte vai contribuir sobretudo no primeiro trimestre deste ano para exportação de grãos.

Para as carnes, a conjuntura é ainda melhor, com preços altos das proteínas, câmbio valorizado e demanda que vai continuar firme, em virtude da menor produção dos Estados Unidos. Do lado da demanda, o menor crescimento econômico global e a desaceleração da China, que enfrenta redução no crescimento devido à demanda interna e à elevada capacidade ociosa, são fatores a serem monitorados ao longo do ano para as exportações do agronegócio brasileiro, apontam os analistas. A relação entre Estados Unidos e China e a eventual retomada do conflito comercial entre os países com políticas de retaliação tarifária também estão no radar do mercado pelo potencial redirecionamento das compras chinesas para o Brasil, como ocorreu na guerra comercial sino-americana em meados de 2020 e 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.