08/Jan/2025
O governo federal pretende dobrar o número de mercados agrícolas abertos até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Somente em 2024, cerca de 222 acordos foram firmados com outros países. Para 2025, a meta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é ampliar a presença no mercado asiático, com destaque para produtos como carne, frutas e grãos, alcançando pelo menos 300 novos mercados até 2026. Segundo Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, o presidente Lula pediu para fechar o mandato com 200 mercados abertos, na metade do mandato, já foram quase 300 mercados abertos em um ano. Agora, a buscar é por novos mercados. São mais de mil negociações em curso. Até o final de fevereiro, estão programadas sete viagens internacionais, com o ministro Fávaro acompanhando algumas delas. Os destinos incluem Nigéria, Gana, Vietnã, Japão e Emirados Árabes.
Ele destacou que as aberturas de mercado não são o único objetivo, mas também a ampliação de acordos já existentes. O secretário enfatizou que, em 2025, as negociações devem avançar em países que já possuem acordos com o Brasil e incluir a expansão de produtos como carnes e vegetais. Além disso, será adotada uma abordagem mais regional para fortalecer as cadeias produtivas. No ano passado, outros produtos brasileiros começaram a ganhar espaço no mercado global, como exemplo, o sorgo, um mercado que o Brasil passou a acessar recentemente com a China, responsável por 83% das importações mundiais. O Brasil entrou em um mercado relevante que estava fora até pouco tempo atrás. Além dos tradicionais produtos como soja e milho, que continuam a ser expandidos, o governo abriu também 11 mercados para novos produtos como o DDG (subproduto do milho usado especialmente como ração animal). Rua ainda ressaltou a importância de buscar novas oportunidades, especialmente na Ásia, devido ao crescimento populacional e da renda nesses países. A Ásia é um mercado estratégico para o futuro do nosso setor agrícola.
Parte do foco no começo do ano está na ampliação do mercado para carne bovina, especialmente Vietnã, Turquia e Japão. Neste último, a expectativa é ter também uma maior presença de carne suína, com habilitação de plantas no Rio Grande do Sul, Paraná e Acre. Há ainda a expectativa de negociar a abertura para frutas, como o melão. As viagens internacionais previstas para o início de 2025 são fundamentais para destravar processos e facilitar a concretização de acordos. O fato de ir esses países até fevereiro ajuda a destravar ainda mais essas etapas. Rua se mantém otimista para 2025 e ressalta que, desde sua chegada ao Ministério da Agricultura, já foram realizadas 60 aberturas de mercado e, se esse ritmo for mantido, o governo terá muito sucesso. Outra prioridade para 2025 será aumentar as ações de promoção comercial no mundo. O Mapa já participou de 74 missões internacionais em 2024 e continuará trabalhando com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e o Ministério das Relações Exteriores para apoiar exportadores brasileiros em feiras, eventos e missões comerciais em outros países.
A ideia é aumentar as ações de promoção comercial, criando mais oportunidades para que os exportadores possam ir para o exterior e realizar ações promocionais. Além disso, o Mapa, em parceria com outros órgãos estratégicos do governo, está desenvolvendo projetos para inserir e expandir a visibilidade de pequenos produtores nas oportunidades de comércio exterior. Serão lançadas onze novas medidas de promoção comercial para o próximo ano, incluindo o projeto “Primeiros Passos”, em parceria com a Apex, que tem como objetivo garantir a participação dos pequenos produtores. Outra medida é o “Passaporte Agro”, que vai expandir a comunicação sobre a abertura de mercados e orientações específicas para cada produto e importador, mas também vai fornecer informações detalhadas, como métodos de habilitação de estabelecimentos e importadores interessados.
Há também o “Agro Insights”, que são relatórios detalhados feitos por adidos agrícolas, com mais de mil informações ao longo do ano, que vão orientar as negociações. Além disso, há o foco na promoção de produtos não tradicionais, com o objetivo de ampliar a presença de itens menos convencionais, que têm espaço limitado na balança comercial, como castanhas e açaí, que estão começando a chegar à mesa do consumidor. Isso ocorre junto aos produtos que já figuram entre os “tops 10” das exportações brasileiras, como soja, milho e carne, mas que vão continuar a ser ampliados no mercado internacional. Com essas ações, além de abrir mercados, o governo quer garantir que se transformem em acordos concretos e negócios reais. Cada abertura deve se reverter em negócios para o País. Tudo o que depender do governo brasileiro, dos adidos, de informações de como é a forma de quem compra o produto, será feito. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.