06/Jan/2025
Em 2025 o mercado interno vai refletir o peso do dólar nas cotações das commodities agrícolas e, por isso, mesmo com a esperada safra recorde de grãos, os preços dos produtos não vão cair. Podem até não subir, mas permanecerão onde estão, o que por si só já manterá a inflação pressionada. A expectativa de inflação para 2025 é de 4,4%, ligeiramente abaixo do teto da meta, de 4,5%, mas 1,4 ponto porcentual acima do centro, que é de 3%. Já o dólar em 2025 deverá orbitar ao redor dos R$ 6,10. No geral, as commodities agrícolas deverão trilhar direções distintas.
O café, por exemplo, reflete um período de escassez de oferta provocado por efeitos climáticos. E esse movimento de alta em dólar no mercado internacional se traduz também em movimento de alta de preços agrícolas no mercado doméstico via taxa de câmbio. O preço do café, que em 2020 era de US$ 1,25 por libra-peso, deverá ter como peso inicial em 2025 algo em torno de US$ 2,75 por libra-peso. Outro produto da cesta alimentícia do brasileiro que vai pressionar, e muito, a inflação é a carne bovina. R$ 300 a arroba neste começo de 2025 é piso.
A carne bovina, pelo peso que tem, pode influenciar as outras carnes (suína e frango) e será a grande dor de cabeça para manter a inflação na meta. Há possibilidade de o preço da arroba do boi bater a marca dos R$ 370 em algum momento do ano. A carne bovina reflete os problemas climáticos, câmbio e uma antecipação do que se prevê que será o ciclo do boi. Esse movimento pode apresentar uma moderação nos preços agora no começo do ano, mas logo depois você vai engatar o ciclo de fato, ou seja, aí vai começar a aparecer a retenção de matrizes, afirma sobre a menor oferta de animais para abate. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.